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65% dos empresários portugueses aponta preço das matérias-primas e falta de mão de obra qualificada como principais atuais desafios

Foto Shutterstock

Com a desaceleração da retoma, o grau de confiança na economia por parte dos empresários passa para 10,95, sofrendo um ligeiro decréscimo comparativamente à última edição, em que se posicionava em 11,1. Contudo, e apesar do panorama pouco abonatório para a economia nacional, 80% dos empresários prevê cumprir ou ultrapassar os objetivos estabelecidos para 2022.

O Barómetro Kaizen inquiriu mais de 200 gestores de médias e grandes empresas que atuam no mercado português e que, no seu conjunto, representam mais de 35% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. 74% dos inquiridos admite que o aumento do preço das matérias-primas é uma das principais tendências que mais tem afetado o negócio e 66% dos gestores aponta, como outro grande desafio, a falta de mão de obra qualificada.

 

Lidar com a inflação

Face a uma inflação galopante, cujo valor não era tão elevado desde há quatro décadas, tendo excedido totalmente as expectativas do Banco Central Europeu, os empresários têm apostado na automação de tarefas (50%) e na diversificação do sourcing de matérias-primas e componentes (43%) como as principais iniciativas para garantirem as suas margens.

Dentro do contexto inflacionista, ainda a realçar que o aumento dos preços de matérias-primas ou componentes é, para 49% dos gestores, o efeito mais significativo do aumento generalizado da inflação. Na segunda posição, 28% dos empresários posiciona o aumento da energia como outra consequência igualmente grave.

 

Cadeia de abastecimento

Dentro dos riscos de disrupção das cadeias de fornecimento, 68% destaca, como fator mais preocupante, a falta de materiais e/ou componentes de fornecedores e 47% as dificuldades inerentes com transportes e entregas.

Para contornar estas vicissitudes e potenciar o crescimento da organização, 64% das empresas tem apostado na criação de novos produtos, serviços ou modelos de negócio e 52% tem optado por aumentar o valor acrescentado dos produtos, potenciando valores de venda mais elevados.

Estamos a viver tempos conturbados, onde a incerteza tem dominado as tomadas de decisão. A resiliência das cadeias de abastecimento está a ser completamente posta à prova e, agora que já praticamente recuperamos o nível da procura para os valores pré-pandemia, a resposta tem sido ineficaz, acima de tudo, porque apesar da falta de pessoas, matérias-primas ou materiais, os processos também não são robustos. A eficácia e a robustez de todos os processos devem continuar a ser um tema central nas organizações. Antes da pandemia, foi-nos permitido observar que a excelência operacional já não chegava para as organizações liderarem no seu sector, tendo as componentes de crescimento, marketing e vendas assumido um papel muito preponderante. Contudo, esta crise energética e de matérias-primas volta a reforçar que o OPEX nas nossas organizações é muito relevante e, daí, o perfil de respostas que obtivemos nesta edição do barómetro”, realça António Costa, CEO do Kaizen Institute.

 

Impacto na comunidade

A maioria dos gestores responsabiliza-se cada vez mais pelo impacto que as organizações têm na comunidade e no mundo e afirma que as práticas sustentáveis são uma ambição estratégica. Nesse sentido, as temáticas de sustentabilidade têm uma preocupação cada vez maior e grande parte das organizações considera as práticas sustentáveis uma ambição estratégica.

Contudo, apenas 54% dos inquiridos admite um grau de compromisso alto relativamente às políticas de ESG – Environmental, Social e Governance. Por outro lado, 46% dos inquiridos admite que o seu grau de envolvimento nestas políticas ainda é médio ou baixo.

Para desenvolver a sustentabilidade e garantir o cumprimento destas políticas, 56% afirma ter uma estratégia de ESG com iniciativas concretas de curto prazo nas três vertentes; por outro lado, 7% dos inquiridos admite não ter uma estratégia de sustentabilidade bem definida.

Dentro dos benefícios que as empresas esperam obter com a estratégia de ESG, a credibilidade e reputação institucional (81%) e reter e atrair talento com maior consciência ambiental e social (50%) estão no topo das preferências dos gestores. Contudo, apenas 18% aloca mais de 3% da sua receita em investimentos em sustentabilidade.

 

Inovação como eixo fundamental

A inovação é o núcleo do crescimento do negócio e há cada vez uma maior aposta neste eixo para propiciar o crescimento das organizações. Neste âmbito, 62% dos inquiridos tem apostado na inovação nos processos da organização e 50% opta pela criação de novos produtos e serviços com base nas necessidades dos clientes.

No contexto da transição digital, é de realçar que 42%, definiu uma estratégia de transformação para a empresa como um todo e identificou os processos críticos, sendo que a estrutura e sequência destes processos foram otimizadas antes da sua digitalização.

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