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Portugal é o país que mais avalia positivamente a atuação da União Europeia

Mas a maioria dos portugueses tem dúvidas sobre o funcionamento das instituições

União Europeia
Foto Shutterstock

A Euroconsumers, entidade europeia de defesa de consumidores da qual faz parte a DECO PROteste, realizou um inquérito a 1.003 portugueses, entre 18 e 21 de março, sobre as instituições europeias, no âmbito das eleições ao Parlamento Europeu, que acontecem a 9 de junho.

As perguntas foram colocadas em quatro países, Portugal, Espanha, Bélgica e Itália, e abordam vários campos: eleições, conhecimento sobre as instituições, influência na vida dos cidadãos, preocupações e atuação da União Europeia.

 

Eleições europeias

Quando o inquérito foi realizado, a larga maioria dos portugueses (56%) sentia-se ainda mal informada sobre os programas eleitorais dos grupos políticos com assento no Parlamento Europeu. Entre os inquiridos lusos, a decisão sobre o partido a votar é tomada com base na informação dos programas eleitorais (41%) ou seguindo a cor política que apoiam ao nível nacional.

Contudo, cerca de um terço dos inquiridos não pretende ir votar e justifica a ausência de informação disponível como um dos principais motivos.

 

Avaliação e preocupações

De acordo com as conclusões, Portugal é o país que avalia mais positivamente a atuação da União Europeia nos últimos cinco anos (39% em Portugal, face a 26% de média nos quatro países analisados), especialmente durante a pandemia de Covid-19, cuja gestão 68% dos inquiridos portugueses considera positiva.

Em termos médios, nos quatro países, quando questionados sobre esta matéria em concreto, apenas 26% dos inquiridos avalia positivamente a atividade global da União Europeia nos últimos cinco anos, enquanto 34% a avalia de forma negativa.

Os aspetos em que a atuação da União Europeia merece mais críticas em Portugal são a inflação e o custo de vida (73% avalia negativamente em Portugal; 65% em média nos quatro países), a imigração (52%; 63%), a guerra Israel/Palestina (45%; 53%) e a guerra na Ucrânia (36%;45%).

Já as maiores preocupações futuras dos inquiridos em Portugal, em que a confiança na União Europeia é baixa, são a inflação e o aumento do custo de vida (71%, face a 64%, em média, do total dos quatro países), a guerra na Ucrânia (60%; 47%), uma possível nova guerra mundial (56%; 45%); o conflito entre Israel e a Palestina (51%; 40%) e as alterações climáticas (49%; 45%).

Já em relação a uma possível nova pandemia (41%; 30%), existe maior confiança.

 

Conhecimento sobre as instituições europeias

Sobre a função e o modo de funcionamento da União Europeia, apenas 24% dos portugueses mostra estar bem informado, face a 19% que revelou um desconhecimento generalizado. As dúvidas mais marcantes relacionam-se com o modo como o número de deputados do Parlamento Europeu é determinado e como são eleitos, a rotatividade entre países da presidência do Conselho Europeu e a forma de aprovação das diretivas.

 

Conhecimento sobre ações e prioridades

Sobre as ações que a União Europeia tem vindo a tomar, o inquérito revela que os portugueses destacam como temas muito importantes a exigência que aquela tem feito às redes sociais para a proteção dos menores (80%), assim como medidas de cibersegurança mais restritivas que protegem os aparelhos conectados à Internet (76%). Os portugueses reconhecem a ação da União Europeia em temas como as redes sociais, a abolição de taxas de roaming e a implementação de limites mais baixos nas emissões de CO2 pelos automóveis. No entanto, sentem que a informação é reduzida.

Sobre as prioridades que os consumidores acham que a União Europeia deve ter nos próximos cinco anos em temas relacionados com consumo, os cidadãos inquiridos consideram como alta prioridade garantir que os medicamentos estejam disponíveis e a preços acessíveis (76% em Portugal; 83% no total dos quatro países), garantir que os seus atuais direitos sejam respeitados (73%; 74%), prevenir a disseminação de informação falsa através de inteligência artificial (73%; 72%); combater as fraudes financeiras online (73%; 74%) e tornar os alimentos saudáveis e sustentáveis mais acessíveis (73%; 76%).

 

Opiniões e atitudes

Finalmente, o inquérito revela que 83% dos portugueses (80% em média nos quatro países analisados) considera que a União Europeia deve ter sempre em conta o impacto das medidas que toma nas gerações futuras. Por outro lado, pensam que os Estados-membros deveriam atuar considerando a Europa como um todo, e não defender apenas os interesses dos seus países.

73% dos inquiridos (65% nos quatro países) acha também que as políticas “verdes” são importantes para o futuro dos consumidores, enquanto 68% (59% em média) defende um sistema fiscal conjunto. A maioria (51%; 44%) confia na Europa para resolver problemas relacionados com os consumidores, metade defende mais Europa e a mesma percentagem (50% nos quatro países analisados) afirma que a União Europeia torna a vida dos consumidores mais cara.

 

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