A volatilidade que caracterizou os preços do petróleo, devido à pandemia e à invasão russa da Ucrânia, atenuou-se em 2024.
De acordo com o mais recente relatório divulgado pela Crédito y Caución, a procura de petróleo, que em 2023 recuperou os níveis de 2019, estabilizou devido ao abrandamento do crescimento, enquanto a oferta se revelou mais resistente do que o esperado. As perspetivas a curto prazo do mercado de crude são mais resistentes face aos riscos geopolíticos.
Os cortes na produção levados a cabo pela OPEP+ foram compensados, em grande medida, pelo aumento da produção noutros países, como os Estados Unidos, com níveis de produção em máximos históricos. Além disso, apesar das sanções ocidentais, a Rússia conseguiu evitar o limite de preços imposto pela União Europeia e pelo G7, redirecionando as suas exportações para países terceiros, como a Índia, a China ou a Turquia.
A Crédito y Caución prevê que a procura mundial de petróleo alcance o seu nível máximo nos próximos anos e comece a diminuir na segunda metade da década de 2020. De acordo com as projeções incluídas neste relatório, num cenário base que tenha em conta apenas os compromissos já anunciados, a procura mundial de petróleo reduzir-se-á 4% em 2030 e 43% em 2050, face aos níveis atuais. Num cenário de emissões “net zero” para 2050, a descida seria mais abrupta, de 20% em 2030 e de 75% em 2050.
As políticas de transição energética na Europa e na América do Norte, orientadas para a eletrificação do parque automóvel, serão os principais motores da descida da procura. Progressivamente, serão necessários menores níveis de produção para satisfazer a procura e a OPEP+ aumentará a sua quota num mercado global de petróleo mais reduzido em 2050.
O futuro preço de equilíbrio do barril será substancialmente inferior aos 80 dólares atuais. De acordo com os diferentes cenários contemplados no relatório, os níveis de preço em 2050 situar-se-ão entre os 25 e os 60 dólares.
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