MSC atum certificação
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Consumidores dão prioridade à compra de atum com certificação MSC

Apesar do aumento do custo de vida

De acordo com o Sustainable Tuna Yearbook, publicado pelo Marine Stewardship Council (MSC), o volume de atum vendido com o selo azul MSC aumentou quase 10% em termos anuais, passando de 196.363 toneladas em 2022 e 2023, para 217.300 toneladas em 2023 e 2024, de acordo com dados do MSC.

O volume de vendas aumentou cerca de 60% desde 2020 e 2021, tendo as vendas globais aumentado apenas para 137.600 toneladas.

A maior parte do atum com o selo do MSC é em conserva, mas os dados também incluem as vendas de atum fresco, congelado, em refeições prontas ou em alimentos para animais de estimação.

O aumento considerável das vendas de atum com certificação do MSC mostra que a garantia de sustentabilidade dos produtos do mar continua a ser uma prioridade para os consumidores, apesar da pressão sobre os orçamentos familiares. Luciano Pirovano, diretor de Sustentabilidade da Bolton Food & Tri Marine, afirma que “a tendência é clara. A sustentabilidade está a tornar-se um elemento-chave do valor global da marca e da qualidade do produto. Por isso, é uma obrigação”.

Os dados sobre as conservas de atum são revelados numa nova publicação anual do MSC. O Sustainable Tuna Yearbook apresenta uma análise fiável sobre o mercado mundial de atum sustentável. Mostra o progresso e o impacto da certificação do MSC nos oceanos, nos mercados e nas comunidades em todo o mundo. Além disso, traça o perfil das principais marcas em todo o mundo que estão a impulsionar o crescimento dos produtos com o selo do MSC, mostrando que estão a corresponder às expectativas dos consumidores relativamente ao pescado sustentável.

 

Atum com certificação

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a quantidade total de atum capturado anualmente tem vindo a aumentar de forma constante, desde a década de 1950. O seu mais recente relatório sobre o estado das pescas no mundo (SOFIA) revela que, em 2020, foram capturadas mais de 2,8 milhões de toneladas de gaiado e mais de 1,5 milhões de toneladas de atum-albacora. Está prevista a publicação de um relatório SOFIA atualizado em junho.

No final de 2023, o atum com certificação do MSC representava cerca de 33% do total das capturas mundiais. Incluindo as pescarias que estão envolvidas com o programa do MSC para melhorar as suas práticas, mas que ainda não estão certificadas, esse valor sobe para 53%.

Estudos que revelaram que um terço das stocks das sete principais espécies de atum são pescados a níveis biologicamente insustentáveis, o que levou as Nações Unidas a declarar, em 2016, o dia 2 de maio como o Dia Mundial do Atum, para sensibilizar para o facto das unidades populacionais de atum estarem ameaçadas por uma procura avassaladora. Desde então, muitas pescarias têm demonstrado um empenho considerável em melhorar as suas práticas para garantir a sustentabilidade do atum. O mais recente relatório sobre os stocks de peixes da International Seafood Sustainability Foundation revelou que 86% das capturas globais de atum provém de unidades populacionais saudáveis.

Nicolas Guichoux, diretor do Programa do MSC, afirma que “não é de surpreender que o atum em conserva seja um produto tão popular: é delicioso, é saudável e, em tempos de crise financeira, oferece uma boa relação qualidade/preço. Mas é importante que não se torne vítima do seu próprio sucesso. Para salvaguardar o abastecimento de atum, temos de garantir que está a ser pescado de forma sustentável. Este aumento das vendas de atum de origem sustentável mostra até que ponto os consumidores estão conscientes”.

 

Mercado português

A evolução de produtos de pesca sustentável com o selo azul do MSC em Portugal tem sido de grande dinamismo. Hoj,e o mercado português conta com mais de 420 produtos com o selo azul (mais 133% do que em 2019), com várias espécies, categorias e marcas na liderança deste movimento azul.

A verdade é que a presença de atum MSC nos pontos de venda ainda tem uma expressão reduzida (apenas 1,8% de todo o pescado possível de encontrar com o selo azul no país) e “um longo caminho pela frente, mas os dados presentes neste relatório referentes a Portugal, assim como os compromissos das empresas portuguesas com o atum certificado indicam que se está a abrir um novo cenário no mercado nacional“, afirma a MSC.

Portugal tem uma longa tradição na pesca e indústria atuneira. O consumo desta espécie é, por isso, também uma prática comum e quotidiana, sendo o atum atualmente a terceira espécie de pescado mais consumida pelos portugueses, atrás do bacalhau e pescada, com 3,3  quilogramas per capita. Está disponível em vários formatos, mas a categoria que faz entrar no pódio é o atum em conserva, não fosse o atum enlatado uma opção prática e versátil para muitos consumidores.

Em 2020, o consumo de atum enlatado aumentou globalmente. Portugal não foi exceção, devido à sua acessibilidade e estabilidade. A pandemia contribuiu para essa tendência, já que a demanda por alimentos enlatados aumentou. Em 2024, as tendências mantêm-se, as conservas continuam a registar crescimento no consumo, com os consumidores a optar por produtos do mar mais acessíveis. “É interessante notar que o desenvolvimento de conservas de atum MSC também acompanhou este período e, ainda que a expressão no mercado seja limitada, tendo em conta a enorme variedade e oferta, já é possível encontrar conservas de atum MSC nos supermercados Aldi, Continente e ainda a marca A Poveira“, continua em comunicado.

 

Atum MSC

As conservas de atum MSC representam 30,2% do volume de toda a variedade de categorias de produtos possível de encontrar pelos consumidores, mas, sabendo a dimensão desta categoria no mercado nacional, “existe a necessidade de reforçar o trabalho conjunto para que a oferta de atum MSC passe por mais categorias e marcas de conservas“, diz.

O atum MSC em Portugal é vendido também nos formatos congelados, preparados e refrigerados. Para além destes formatos, também eles de conveniência para o consumidor, o MSC destaca “o atum descongelado MSC vendido nos hipermercados Modelo Continente, que, através da sua certificação da cadeia de custódia, tornam possível o consumo responsável desta espécie também neste formato tão tradicional, como são os balcões das peixarias“.

O atum com a certificação do MSC tem também sido “um crescente aliado para a exportação de conservas nacionais pelas empresas portuguesas“, principalmente das conserveiras nacionais, que têm aliado à sua sabedoria e tradição no fabrico de conservas de maior qualidade uma oferta sustentável de matéria-prima nos mercados mais exigentes do norte de Europa, Estados Unidos e Austrália.

Em 2022, no universo de 209 milhões de euros de produção portuguesa de conservas de atum (mais 28% que em 2021), as conservas com o selo azul representam já 10 milhões de euros de produção portuguesa de atum MSC. O ano de 2022/2023 observou um aumento significativo no comércio externo de atum MSC pelas conserveiras nacionais, com um aumento em volume de 340% relativamente ao ano anterior.

 

Origem do produto

Numa categoria e espécie tão procurada no mercado nacional, a origem do produto é muito importante para o consumidor, marcas e empresas, garante o MSC. Para o mercado nacional, o atum dos Açores é, muitas vezes, incontornável e “é por isso que felicitamos os compromissos dos governos regionais dos Açores e da Madeira relativamente à aposta de tentar obter a certificação do MSC para as suas frotas atuneiras“, adianta. “Acreditamos que este impulso pode mesmo ser o ponto crucial para incentivar ainda mais uma transformação no mercado nacional e que o mercado possa reconhecer o trabalho por parte dos governos regionais em tentar valorizar o seu produto através da certificação sustentável mais exigente a nível mundial para as suas pescarias“.

 

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