Segundo o estudo “Gestão de Risco de Crédito em Portugal”, promovido pela Crédito y Caución e pela Iberinform, os prazos de pagamento entre as empresas revelam uma contração significativa. De acordo com o estudo, no qual participaram mais de 300 gestores de empresas de todas as dimensões e sectores, 11% do tecido produtivo nacional trabalha com prazos superiores a 90 dias, sete pontos abaixo do percentual registado em 2021.
12 pontos acima do ano passado, ou seja 53% das empresas, opera com prazos inferiores aos 60 dias previstos no Decreto-Lei n.º 62/2013 de transposição da Diretiva Europeia de medidas de luta contra os atrasos de pagamento nas transações comerciais.
O estudo revela, ainda, que 80% das empresas tem de aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados para poder manter a sua carteira de clientes.
Segmentação
As pequenas e médias empresas (PME) apresentam um comportamento pior que as grandes empresas: 40% destas teve de aceitar prazos de pagamento superiores aos desejados contra 43% no segmento das PME.
Este comportamento está relacionado com outras evidências reveladas pelo estudo, como o aumento dos problemas de liquidez do tecido empresarial.
O melhor comportamento regista-se no sector público, onde apenas 11% das empresas com relações comerciais com a administração pública tem de aceitar uma extensão dos prazos de pagamento.
A capacidade dos profissionais liberais para impor prazos de pagamento situa-se nos 27%.
Motivos
A falta de disponibilidade de fundos (74%) é o motivo mais indicado para o adiamento dos pagamentos, antes do atraso intencional dos clientes (50%). A complexidade dos procedimentos de pagamento (15%), a emissão de faturas incorretas (3%) ou as disputas quanto à qualidade dos bens e serviços fornecidos (1%) completam os motivos apresentados pelos clientes para atrasar os seus pagamentos.