O braço britânico do Lidl está firmemente focado nas oportunidades a longo prazo, não no lucro mais imediato, afirmou a insígnia, após reportar um prejuízo de 13,6 milhões de libras (15,4 milhões de euros) no ano fiscal de 2019-2020.
A perda pós-impostos refletiu o enorme investimento do Lidl em preços, funcionários, lojas, logística e cadeia de abastecimento. As contas, que revelaram uma receita de 6,9 mil milhões de libras (7,8 mil milhões de euros), são as primeiras a serem publicadas desde a reorganização das entidades do Lidl registadas no Reino Unido.
Ganho a longo prazo
“Simplesmente, fazemos as coisas de forma diferente. Se estamos convencidos de que precisamos de gastar dinheiro, agora, para o ganho a longo prazo, não nos perguntamos: como é que isso afeta os nossos resultados financeiros?“, disse o CEO do Lidl no Reino Unido, Christian Hartnagel, à Reuters. “Estamos a tomar todas as decisões estratégicas e de investimento para a sustentabilidade do nosso negócio a longo prazo“.
O sector retalhista alimentar britânico foi transformado, na última década, pela ascensão do Lidl e do também alemão Aldi, que reduziram os retornos dos quatro principais operadores – Tesco, Sainsbury’s, Morrisons e Asda.
No Reino Unido, o Lidl investiu 1,4 mil milhões de libras (1,6 mil milhões de euros), entre 2019 e 2020, e planeia alocar mais 1,3 mil milhões de libras (1,5 mil milhões de euros), entre 2021 e 2022.
Novas lojas
Ao contrário dos outros concorrentes, mas em comum com a Aldi, o Lidl está a abrir muitas lojas e vê um enorme potencial no mercado britânico. No período, abriu 51 lojas e está a caminho de mais 50 em 2020-2021, uma vez que tem como meta uma rede forte de mil espaços até ao final de 2023. Atualmente, gere840 lojas.
“Mil não é o número final“, acrescentou Christian Hartnagel, observando que, na Alemanha, o Lidl tem 3.200 lojas e em França 1.400.
Dadosdo sector mostram que, no Reino Unido, o Lidl prosperou durante a pandemia, aumentando a sua quota de mercado para 6,1%. A insígnia superou a concorrência, mesmo sem oferecer vendas de supermercado online.
“Já vimos isso várias vezes, simplesmente, não vemos uma rota lucrativa para o ‘e-grocery’“, defendeu. “Não temos planos imediatos de lançar nada online“.