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Portugal contraria tendência europeia com aumento na cesta de compras dos consumidores

Em 2023, o mercado português registou crescimento do sector alimentar: as vendas aumentaram 8,2% em relação ao ano anterior, impulsionadas por uma inflação continuamente elevada, acima dos 10,4%, que compensou uma pequena perda de volume de 2,4%, revela o estudo da McKinsey & Company e do EuroCommerce, “The State of Grocery Retail 2024: Europe – Signs of hope”. Os consumidores deixaram de optar por produtos mais económicos, no entanto, as vendas reais diminuíram 2% e estão 3,1% abaixo dos níveis de 2019.

Segundo Ana Paula Guimarães, sócia da McKinsey & Company em Portugal, a tendência dominante, em 2023, em toda a Europa, foi a inflação, que captou a atenção do sector alimentar. “Em resposta ao aumento dos preços, os consumidores voltaram a ajustar os seus gastos, tal como já tinham feito no ano anterior, o que levou a uma queda no volume e nas operações, embora Portugal tenha contrariado esta tendência com um aumento de 0,4% na cesta de compras dos consumidores”.

A especialista destaca ainda que, “sobre o crescimento de 8,2% do sector de retalho de alimentação em Portugal, os supermercados cresceram mais 9,5% relativamente a 2022, um incremento relativamente rápido. As marcas próprias continuaram a crescer, com um aumento de 3,2 pontos percentuais, em 2023, que eleva a quota de mercado para os 45,4%”.

 

Quota de mercado

Os supermercados foram os principais impulsionadores do crescimento em valor e ganharam quota de mercado, enquanto o segmento online teve um desempenho estável e os discounters não conseguiram acompanhar o ritmo de crescimento do mercado.

Os supermercados registaram um crescimento relativamente rápido de 9,5% relativamente a 2022 e ganharam quota de mercado, com um aumento de 0,8 pontos percentuais.

No online, houve uma ligeira redução da receita, em Portugal, em 2023, com um declínio de 0,4% em relação ao ano anterior. A participação de mercado também diminuiu em 0,2 pontos percentuais, atingindo 2,3%.

Por sua vez, os discounters registaram um crescimento de 4,7%. Porém, não acompanharam o crescimento do mercado, resultando numa perda de quota de 0,6 pontos percentuais, agora situada em 17,9%.

 

2024

A nível europeu, o crescimento do sector alimentar (8,6%) ficou significativamente abaixo da inflação alimentar (12,8%). Mas o relatório mostra que os consumidores planeiam reduzir a compra de produtos mais económicos, em 2024, e alguns grupos de clientes até pretendem começar a comprar produtos de valor mais elevado. Se esta tendência se mantiver, a McKinsey e o EuroCommerce esperam que o volume total de produtos alimentares na Europa volte a crescer, no segundo semestre.

Não obstante, os retalhistas de produtos alimentares continuarão a sentir pressão sobre as margens, que é uma das três principais prioridades para 70% dos CEOs inquiridos. Para continuar a proteger os consumidores contra aumentos de preços, provavelmente priorizarão as negociações com os fornecedores, incluindo a participação em grupos de compras, enquanto os esforços de consolidação persistirem em 2024.

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