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Consumo per capita de carne na União Europeia com queda de 1,5% em 2023

Foto Shutterstock

Os europeus continuarão a comer menos carne. Globalmente, prevê-se que o consumo per capita de carne na União Europeia diminua 1,5 % em 2023, devido à inflação dos preços e à menor oferta no mercado.

A queda é mais acentuada no consumo de carne bovina (3,5%) e suína (-5,2%), enquanto o consumo de carne de aves crescerá 4,3%. É o que revela a Comissão Europeia na edição do outono do relatório sobre as perspetivas a curto prazo para os mercados agrícolas, que apresenta as últimas tendências e perspetivas.

O estudo mostra que os preços da carne bovina e de aves permanecem elevados devido à menor oferta. Graças à recuperação da produção, a carne de aves continua a ser uma das fontes de proteína animal mais baratas para o consumidor. Além disso, observa que a produção de carne de ovino na União Europeia deverá ser afetada por um declínio estrutural do efetivo de ovinos, por uma menor disponibilidade de pastagens, especialmente nos países mediterrânicos, por custos mais elevados dos alimentos para animais e por surtos de varíola ovina em certos países.

 

Leite e produtos lácteos

As entregas de leite na União Europeia mantêm-se relativamente estáveis, estimando-se que aumentem 0,3 % em 2023. Os preços do leite cru têm vindo a diminuir desde o início do ano. Mas, embora os custos da energia, dos fertilizantes e dos alimentos para animais comecem lentamente a diminuir, continuam a ser elevados, conduzindo a margens estreitas para os produtores de leite.

A produção de queijo deverá ser 1% maior em 2023 do que no ano passado. É provável que a redução da inflação dos produtos alimentares na União Europeia tenha também um impacto positivo no consumo interno (+0,2%). Para além das expectativas, a produção de produtos lácteos frescos (natas e leite de consumo) está a aumentar. Uma vez que é improvável que as exportações aumentem devido ao declínio da procura na China, é expectável que volumes adicionais sejam consumidos internamente, demonstrando uma maior resiliência aos aumentos de preços do que outros produtos de origem animal.

 

Culturas

O relatório também afirma que a produção de azeite permanecerá baixa e não se espera que se recupere totalmente em 2023/24. Os preços permanecerão elevados, o que resultará numa diminuição das exportações e do consumo na União Europeia. Em certas regiões, os preços são quase três vezes superiores à média de cinco anos.

Por outro lado, prevê-se que a produção de vinho diminua cerca de 6%, principalmente devido a uma queda na produção italiana e espanhola. A procura por parte dos consumidores, especialmente de vinho tinto, continua a diminuir. Os consumidores têm menor poder aquisitivo e optam por outras bebidas, como a cerveja.

Afetada pelo clima desfavorável, a produção de maçãs e laranjas experimentará uma tendência de queda semelhante, com cerca de 2% menos em comparação com o ano passado. Também é provável que mais frutas sejam usadas para processamento devido à sua menor qualidade e maiores custos de armazenamento.

Quanto à produção cerealífera, estima-se que esteja 4,3% abaixo da média de cinco anos de 268,5 milhões de toneladas, devido às condições climáticas adversas durante a primavera e o verão, que afetaram particularmente a produção de milho e cevada. A utilização de cereais na alimentação animal poderá manter-se estável, enquanto a utilização de cereais para a produção de biocombustíveis poderá continuar a crescer (12% acima de 2022/23). A União Europeia continua a ser um exportador líquido de cereais, em especial de trigo. As exportações para o Médio Oriente e a África Subsariana aumentaram especialmente nos últimos meses.

A produção de oleaginosas está a ter um desempenho particularmente bom (11% acima da média de cinco anos), impulsionada por uma recuperação da produção de girassol, bem como por uma maior produção de soja.

Embora a proibição total da utilização de neonicotinóides coloque alguns desafios aos produtores de beterraba sacarina, prevê-se que as zonas de plantação, o rendimento da beterraba e o teor de açúcar aumentem em comparação com o declínio registado no ano passado. A produção de açúcar está prevista em 15,6 milhões, perto da média de cinco anos.

 

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