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Perfil do freelancer português: homem, trabalhador remoto com rendimento acima de 1.000 euros por mês

Foto Shutterstock

Focada em ligar freelancers e empresas, a Fiverr  traça o perfil de quem opera neste mundo. Em setembro, entrevistou 250 freelancers portugueses para melhor compreender a comunidade local. A maioria são homens (81%), com idades entre os 25 e os 44 anos, que residem nos distritos de Lisboa, Setúbal e Leiria (29%), no Algarve (12%) e na Beira Alta (11%).

Metade dos participantes declararam receber entre 12 mil e 18 mil euros anuais e a outra metade entre 18.001 e 28 mil euros. No que diz respeito ao trabalho, os clientes estão repartidos entre nacionais e internacionais e realizar o mesmo a partir de casa não é novidade, visto que a maioria dos freelancers portugueses (51%) já o fazia antes da pandemia.

 

Controlo sobre trabalho/vida pessoal 

44% dos participantes afirmou que poder definir as suas horas de trabalho é uma das principais razões que os levou a tornarem-se freelancers. A flexibilidade também foi referida, com 41% a indicar ser esse o motivo pelo qual trabalha de forma independente.

Ambos elementos podem justificar o porquê dos freelancers não terem sido tão afetados como os trabalhadores por conta de outrem pela nova realidade laboral imposta pela Covid-19, já que, como mencionado, 51% já trabalhava a partir de casa ou em espaços cowork (23%).

De igual forma, os freelancers não se encontram presos a um determinado local de trabalho. Nos últimos anos, Portugal tem vindo a tornar-se cada vez mais atrativo para os trabalhadores independentes e nómadas digitais. Ainda que muitos optem por viver nas grandes cidades, o interesse por zonas interiores e rurais para trabalhar remotamente, como a Ericeira, tem aumentado segundo o Nomadlist.com. Esta preferência poderá estar relacionada com a proximidade familiar, fator que 39% dos inquiridos admitiu ser crucial.

 

Gestão do tempo

Mas, nem tudo são rosas no mundo freelancing. O tempo torna-se no maior bem, uma vez que representa a quantidade de trabalho exequível, logo o dinheiro ganho, mas também o quanto se decide repartir entre o mesmo, a vida social, família, lazer e descanso. Todos têm as mesmas 24 horas por dia.

Enquanto trabalhador independente, as responsabilidades atribuídas aos colaboradores recaem sobre a mesma pessoa e, na grande maioria, não estão relacionados com as suas capacidades técnicas ou interesses pessoais. A contabilidade e gestão fiscal são dois elementos essenciais para avançar com o negócio. Se existir a hipótese de contratar alguém, é necessário ter em conta que esse custo irá reduzir o salário no final do mês.

 

Encontrar oportunidades freelancing

Enveredar pelo freelance não significa necessariamente deixar o emprego fixo. Pelo contrário, começar por combinar ambas atividades, até alcançar um número estável de clientes e contactos, capaz de dar suporte financeiro enquanto trabalhador independente, é, em muitos casos, a chave.

Os freelancers portugueses partilharam que a forma mais comum de venda dos seus serviços é através do marketing direto e e-mail (54%), seguidos pelos marketplaces e websites (52%). Estes últimos poderão ser um ponto de partida interessante, visto que metade dos participantes reconheceu que é um investimento que compensa. A Freelancer (45%), Upwork (39%) e Fiverr (36%) perfazem o top 3 das plataformas freelancing mais utilizadas em Portugal.

Ter a oportunidade de ganhar mais também foi destacado por 44% da comunidade local. Se, por um lado, um contrato aufere mais certezas, mas com uma menor evolução salarial, por outro, ser trabalhador independente abre a possibilidade de ter um maior rendimento anual. Saber gerir os altos e baixos (por vezes 100% negativo) é a chave para sobreviver neste modo de trabalho. Dinheiro à parte, a possibilidade de ter várias fontes de rendimento, em vez de apenas uma, poderá fazer toda a diferença, especialmente para aqueles que já perderam emprego anteriormente.

Segundo o estudo da Fiverr, os freelancers portugueses ganham o dobro se se considerar o salário mínimo nacional de 635 euros. Os sectores do retalho, catering e lazer (78%), em conjunto com o das viagens e transportes foram considerados os mais vantajosos para trabalhar.

 

Decisão sobre os clientes e projetos

Outra vantagem de ser freelancer é poder escolher os clientes. Quase metade dos participantes mencionou que este foi um fator decisivo, principalmente para as freelancers portuguesas que o apontaram como sendo a principal razão de terem optado por esta via de trabalho. Para além do mais, ter a capacidade de escolher com quem se trabalha também ajuda a prevenir ambientes tóxicos, algo que não seria possível com um contrato.

De igual modo, 50% da comunidade portuguesa revelou preferir ser freelancer por ter a hipótese de utilizar as capacidades que entender. A Geração Z lidera a tabela, com 75% a atestar o facto de que dá maior importância ao tipo de trabalho do que ao salário.

Em relação aos serviços mais comuns, os profissionais de design surgem em primeiro lugar com 38%, seguindo-se os de Web Development (35%), marketing (33%) e suporte técnico (27%). O retalho, catering e lazer é o sector com maior demanda pelo primeiro serviço (67%), ao passo que os últimos dois são mais procurados por empresas ligadas a viagens e transportes.

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