Os principais portos do Mediterrâneo estão cada vez mais perto de atingir o máximo da sua capacidade de armazenamento, de acordo com algumas autoridades portuárias, noticia a Modaes. Os maiores problemas estão nos portos de Algeciras, Barcelona e Tânger, que alertam para um transbordamento dos estaleiros.
Especificamente, a empresa dinamarquesa Maersk, a segunda maior empresa de navegação do mundo, alertou no início deste mês que a densidade dos seus estaleiros no Porto de Barcelona havia aumentado e que a infraestrutura estava a lidar com muito mais movimentos de transbordo do que o normal. O grupo alertou ainda para uma situação semelhante nos portos de Tânger e Algeciras, onde o diretor executivo de um dos dois terminais garantiu que as instalações estão “bastante cheias” e já estavam a restringir a quantidade de negócios que aceitavam nas suas instalações, segundo o Financial Times.
Possível aumento dos custos de stock
O congestionamento nos principais portos do sul da Europa pode aumentar os custos de inventário, bem como levar à escassez de alguns componentes no continente europeu, que agora dependem desses três portos para levar grande parte das mercadorias para a Europa.
O tráfego nos portos destas três cidades aumentou nos últimos meses, devido aos contínuos ataques no Mar Vermelho, obrigando muitas empresas a desviar as rotas através do Cabo da Boa Esperança. Depois de circularem pelo continente africano, muitos dos navios estão a descarregar as mercadorias no sul da Europa, que são depois distribuídas para o resto do continente através de serviços de curta distância.
O diretor da consultora marítima MSI, Daniel Richard, alerta que essa situação poderá forçar algumas empresas a manter stocks adicionais, o que elevaria os custos de inventário. Só em fevereiro, o porto de Barcelona registou um aumento de 17% no tráfego de contentores em comparação com o ano anterior.
Alguns serviços de rastreamento de companhias de navegação mostram que os navios devem esperar ancorados no mar em Tânger e Algeciras recorrentemente, o que mostra o transbordamento de sua capacidade. A situação já está a obrigar muitos deles a alargar ainda mais a rota e a dirigirem-se a mais portos interiores, como Malta, para depositar as mercadorias que serão depois distribuídas na Europa.
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