A Michael Page acaba de lançar o estudo anual sobre as principais tendências do mercado de trabalho, para o próximo ano, para quadros executivos em empresas de grande dimensão. No conjunto de sectores, é percetível o aumento da digitalização dos negócios, a mobilidade, novos métodos de trabalho, novas funções e a corrida por talentos.
Retalho
A retoma deste sector, em 2022, foi surpreendente, destacando-se a competitividade e novas formas de trabalhar, quer a nível de ferramentas digitais como de logística. Se sectores como a construção, bricolage, mobiliário, alimentar, desporto, entre outros, já tinham tido um ano bastante positivo em 2021, a grande surpresa foi no retalho especializado que, em algumas áreas, conseguiu obter recordes de vendas face a 2019.
Estes valores foram possíveis não só pelo aumento de consumo que se observou, mas também porque as equipas demonstraram ter capacidade de adaptação e resiliência. Se, no primeiro trimestre, a procura por novos perfis foi mais focada na vertente digital, nos trimestres seguintes, observou-se um aumento da procura por perfis de operação, ou seja, vendedores e gestores de loja. Este dinamismo do mercado poderá ser explicado pelas transformações digitais e de logística que as empresas estão a desenvolver, mas também pelo grande investimento internacional em Portugal, com a chegada de novos “players” que oferecem condições de trabalho mais aliciantes.
Profissionais
Os candidatos procuram melhores condições salariais, mas também outras regalias, nomeadamente, o equilíbrio entre a vida pessoal e a vida profissional. Nas funções com turnos rotativos, observa-se uma procura por funções com horários mais estáveis, nas funções de sede procuram-se projetos com possibilidade de trabalhar em modelo híbrido. Se, em 2021, se observou uma grande alteração nas prioridades dos colaboradores, 2022 veio realçar ainda mais essas prioridades, juntando à estabilidade financeira a procura pela realização pessoal e a possibilidade de compatibilizar o trabalho com a vida pessoal.
A aposta na profissionalização tem levado à procura de profissionais com formação académica. Por outro lado, as empresas têm feito um grande esforço na criação de academias e na facilitação do acesso ao ensino superior com o objetivo de ajudar as suas equipas, valorizando nos candidatos competências como a proatividade, o dinamismo e a vertente estratégica. Paralelamente a esta tendência, continuou a observar-se uma grande procura por perfis nas áreas tecnológicas, de marketing e logística, fruto do grande desenvolvimento das plataformas de e-commerce e da presença digital das marcas.
Relativamente à remuneração, e observando-se um aumento salarial médio de 5% para funções qualificadas, nas funções de direção, a posição de diretor geral pode auferir até 160 mil euros e a de diretor de marketing até 130 mil euros. Nas funções de compras, o retail manager pode ganhar entre 42 e 63 mil euros, enquanto nas funções de operações no retalho alimentar e especializado de grande dimensão, a remuneração máxima de 80 mil euros cabe ao diretor comercial de retalho.