O processo de decisão de compra será, neste ano, mais longo. Na época de compras, que começa com o Dia de Compras na Net, no dia 20 de outubro, e que se prolonga até ao final do ano, 77% dos portugueses irá passar mais tempo a pesquisar produtos e a comparar preços em busca das melhores opções. Esta é uma das principais conclusões do “Google Consumer Survey Portugal”, realizado em junho.
Este dado vem seguido pela lealdade dos consumidores em relação às marcas. Quase metade dos portugueses (49%) está aberta a experimentar produtos de novas empresas, de forma a encontrar marcas mais baratas (54%).
As tendências do retalho, para este ano, são assim marcadas pelo aumento do custo de vida, mas apesar do aparente pessimismo económico dos consumidores, os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o sector apresentou crescimento em todos os meses de 2023. Além disso, os indicadores económicos do Bando de Portugal apresentam otimismo para a segunda metade do ano, com a expectativa de aumento do consumo privado ainda em 2023.
Digital com maior importância na decisão de compra
Para acompanhar o crescimento do consumo, o digital terá uma importância maior na decisão de compra, mas sem tirar a ida às lojas físicas. Segundo o “Smart Shopper 2023 Study”, 38% dos consumidores portugueses usou novas ferramentas e tecnologias para ter inspiração sobre o que comprar, nos últimos seis meses. Mas, mesmo assim, os consumidores também não deixam de ir às lojas para fazer compras: 40% dos entrevistados pelo “Google Consumer Survey” de junho irá comprar tanto em lojas online quanto físicas, revelando um comportamento mais omnicanal.
Para ajudar no processo de decisão, os portugueses pesquisam não só pelo preço dos produtos, mas também por “reviews” feitos por outros consumidores. O Google Trends mostra um crescimento de 24% face a 2022 na evolução da procura por “reviews” na pesquisa Google em Portugal.
Uma informação importante para ajudar a manter a lealdade dos portugueses é que 46% irá esperar pelos descontos e promoções, de acordo com um outro “Google Consumer Survey” feito em setembro.
Mais de metade dos consumidores (54,5%) escolhem os saldos para adquirir um produto, superando até a tradicional festividade do final de ano, o Natal. A Black Friday já é hoje uma data de grande importância para as compras, assim como o Prime Day que se equipara ao, agora tradicional, Cyber Monday.
5 pilares
A aceleração digital e a mudança no comportamento do consumidor, nos últimos dois anos, colocaram o e-commerce e os canais digitais como pontos centrais no processo de compra do consumidor. A Google revela os cinco pilares mais importantes para a estratégia digital que qualquer empresa deverá começar a planear.
A começar pela excelência na medição. A crescente preocupação com a privacidade dos utilizadores tem levado a grandes mudanças na forma como os anunciantes fazem o “tracking” da sua atividade digital. Uma estratégia de medição robusta, com foco em privacidade, permite determinar a eficiência do investimento em canais digitais.
Outro pilar é a ativação de dados primários, ou seja, a informação gerada por uma empresa a partir dos seus canais de venda, pesquisa e promoção. É cada vez mais importante e deve ser a pedra angular das campanhas.
Um outro pilar é a performance e automação. Com um comportamento difícil de prever e a diversidade de canais que o consumidor tem à disposição, torna-se difícil para uma empresa entender e alcançar o seu cliente. Para conseguir melhor performance, campanhas integradas e soluções que priorizam a automação, como Performance Max, são, segundo a Google, a melhor forma para conseguir atingir os objetivos, tanto nas lojas físicas quanto no e-commerce.
Por outro lado, a linha que divide a compra online e a offline está cada vez mais desfocada. O consumidor pode começar a pesquisa de um produto no site e ir à loja física para finalizar a compra e vice-versa. As empresas têm de estar disponíveis nos diversos canais digitais com uma experiência de qualidade, para acompanhar o consumidor na sua jornada de compra, onde quer que ela comece.
Finalmente, o quinto e último pilar é a internacionalização-. Uma estratégia eficaz de internacionalização exige uma análise confiável do potencial comercial real dos produtos noutros países. De acordo com a Google, ferramentas como Market Finder podem orientar as empresas durante estas etapas. Caso a empresa já esteja pronta para conseguir entregar os produtos no estrangeiro, o digital é um canal fundamental para tornar-se visível globalmente e manter o contacto com os clientes estrangeiros.
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