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Volume do comércio mundial vai crescer 10,8% em 2021

Diferenças entre países acentuadas pela pandemia

Foto Shutterstock

A Organização Mundial do Comércio prevê um crescimento do volume do comércio mundial de mercadorias de 10,8%, em 2021, acima dos 8% previstos em março, seguido de um aumento de 4,7%, em 2022.

Em princípio, o crescimento será moderado, à medida que o comércio de mercadorias se ajusta à sua tendência pré-pandemia. No entanto, as diferenças entre os países, que estão a recuperar a ritmos diferentes da pandemia Covid-19, são significativas.

As dificuldades relacionadas com a oferta, como a escassez de semicondutores e os atrasos nos portos, podem condicionar as cadeias de abastecimento e afetar o comércio em determinadas zonas, mas é improvável que tenham um grande impacto nos agregados globais. Os maiores riscos de deterioração vêm da própria pandemia. No entanto, o forte aumento global das trocas comerciais não impede divergências significativas entre países e algumas regiões em desenvolvimento estão muito abaixo da média global.

 

Divergências

O comércio tem sido um instrumento essencial para combater a pandemia e este forte crescimento destaca a importância do comércio na base da recuperação económica global“, afirma a diretora geral da OMC, Ngozi Okonjo-Iweala. “No entanto, o acesso injusto às vacinas está a agravar a divergência económica entre regiões. Quanto mais tempo persistir a falta de equidade na vacinação, maior é a probabilidade de surgirem variantes ainda mais perigosas da Covid-19, invertendo a saúde e o progresso económico feito até à data“. Apenas 2,2% da população dos países de baixos rendimentos recebeu, pelo menos, uma dose de uma vacina contra a Covid-19.

A OMC exorta os governos a tomarem medidas consensuais para estabelecer as bases para uma produção mais rápida de vacinas e uma distribuição equitativa, necessária para sustentar a recuperação económica global.

 

Crescimento do comércio

A elevada taxa de crescimento anual do volume de comércio de mercadorias, registada em 2021, reflete, principalmente, a queda súbita do ano anterior. Partindo de um ponto mais baixo, o crescimento homólogo no segundo trimestre de 2021 foi de 22%, mas o valor deverá cair para 10,9% no terceiro trimestre e 6,6% no quarto trimestre, graças, em parte, à rápida recuperação das trocas comerciais nos dois últimos trimestres de 2020.

Para que as previsões para 2021 sejam cumpridas, é necessário um crescimento trimestral de 0,8%, em média, para cada trimestre que resta deste ano, o que equivale a uma taxa anualizada de 3,1%.

O crescimento do volume comercial deverá ser acompanhado por um crescimento do PIB de 5,3%, em 2021, e de 4,1%, em 2022 (em vez dos 5,1% e 3,8% anteriormente previstos).

Se a previsão atual for cumprida, até ao último trimestre de 2022, as importações de mercadorias asiáticas serão 14,2% mais altas do que em 2019. No mesmo período, as importações aumentarão 11,9% na América do Norte, 10,8% na América do Sul e Central, 9,4% na Europa, 8,2% em África, 5,7% na Commonwealth de Estados Independentes (CEI) e 5,4% no Médio Oriente.

As exportações asiáticas aumentarão 18,8% nesse período, enquanto todas as outras regiões registarão aumentos mais modestos: América do Norte em 8%, Europa em 7,8%, CEI em 6,2%, América do Sul em 4,8%, Médio Oriente em 2,9% e África em 1,9%.

Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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