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Saúde, sustentabilidade e novas prioridades impulsionam as vendas de alimentos biológicos

Foto Shutterstock

A economia global assinalou, em 2020, a sua maior descida em décadas, como resultado da pandemia de Covid-19, mas, apesar dos seus preços geralmente mais elevados, as vendas de alimentos embalados biológicos cresceram, em valor, 13%, revela a Euromonitor.

A consultora nota que a taxa de crescimento destes produtos foi a mais elevada entre todas as categorias de saúde e bem-estar. Os bons desempenhos foram assinalados não só em regiões desenvolvidas, como a América do Norte (16%) e a Europa Ocidental (9%), como também em regiões em desenvolvimento, como a Ásia-Pacífico (12%) e a América Latina (8%).

 

3 motivos para comprar biológico

Existem três motivos principais para justificar o crescimento dos produtos biológicos: um foco na prevenção em termos da saúde e na segurança alimentar, preocupações em torno da sustentabilidade e bem-estar animal e alterações em termos de maturidade do mercado e das prioridades dos consumidores.

As preocupações com a saúde ganharam relevância com a pandemia de Covid-19. De acordo com a Euromonitor, os alimentos biológicos são vistos como uma melhor alternativa, porque livres de organismos geneticamente modificados e menor exposição a pesticidas e antibióticos.

Por outro lado, a pandemia potenciou que cada vez mais consumidores quisesse saber onde e como os seus alimentos são produzidos. Nesse sentido, a certificação biológica serve como garantia de qualidade, transparência e confiança. Os dados da Euromonitor atestam que 53% dos consumidores, a nível mundial, considera que esta certificação é fidedigna, constando entre os rótulos “verdes” com maior confiança.

Paralelamente, 47% dos consumidores opta por produtos biológicos por uma questão ambiental e 35% devido a aspetos de bem-estar animal. Nesse contexto, os consumidores estão a preparar mais refeições caseiras e mais conscientes da origem dos alimentos que consomem.

 

Desafios

Os preços mais elevados dos produtos biológicos representam um desafio para a categoria, uma vez que a crise gerada pela Covid-19 levou a uma queda de 5%, em valores reais, nos rendimentos disponíveis a nível mundial. A pandemia afetou negativamente todas as classes sociais, contudo, em mercados desenvolvidos, como os Estados Unidos e a Europa, a aposta que está a ser feita nestes produtos pelas marcas próprias está a ajudar a reduzir o “gap” em termos de preço unitário face aos produtos não biológicos e a oferecer aos consumidores mais opções que se enquadram nos seus orçamentos.

Existem também diferenças entre as categorias. A nutrição infantil é uma das mais maduras, em termos de oferta, e onde as diferenças de preços são menores. Inversamente, no caso da carne, as diferenças de preços podem ser consideráveis, o que pode significar que as opções biológicas disponíveis nos mercados em desenvolvimento são escassas.

 

Expansão

Mercados mais maduros, como os Estados Unidos da América, a França, a Alemanha e o Reino Unido, apresentam uma dimensão atrativa para os alimentos biológicos, mas não prometem elevadas taxas de crescimento nem maiores posicionamentos de preço, dado o papel das marcas próprias. Por exemplo, em França, 22% dos consumidores afirma que procura produtos biológicos, o que parece relativamente baixo comparando com os 44% da China.

Não obstante, esta tendência vai continuar a crescer na Europa. A estratégia da União Europeia pretende aumentar a área dedicada à agricultura biológica para 25%, até 2030, pelo que os investimentos e iniciativas relacionados deverão influenciar positivamente a procura.

Uma expansão mais forte é esperada para mercados como a China e a Turquia, impulsionada por fatores como a segurança alimentar e uma crescente classe média. O canal de e-commerce poderá ser um importante facilitador de crescimento, ao potenciar o acesso a uma mais ampla base de consumidores.

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