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Consumidor recua na sensação de estar a regressar à normalidade

Foto Shutterstock

As preocupações com a Covid-19 poderão estar a desvanecer e a dar lugar a outras inquietações que também dominam as manchetes, como o preço dos alimentos, o que não significa que as pessoas não estejam cientes dos seus efeitos e a modelar os seus comportamentos, em consequência, revela a última edição do “Consumer Pulse” da dunnhumby.

De acordo com o estudo, mesmo com a disseminação da variante Ómicron, as preocupações com o vírus perderam alguma força. Cerca de dois quintos dos inquiridos (39%) dizem que eles ou alguém que conhecem testaram positivo à Covid-19, o valor mais elevado desde o início do estudo. Ao mesmo tempo, a preocupação com a pandemia está agora no nível mais baixo de todos os tempos: apenas 17% diz que é motivo de preocupação.

Inflação

Lançado, pela primeira vez, em março de 2020, o “Customer Pulse” foi criado para acompanhar a mudança de comportamento dos compradores na sequência da pandemia. Nos dois anos que se seguiram, houve preocupações que se desvaneceram e outras que surgiram, novos comportamentos despontaram, assim como atitudes sobre a resposta do retalho à Covid-19.

O mais recente estudo foi realizado numa altura em que as taxas de infeção subiram em muitos países, como resultado da variante Ómicron, e que outras questões significativas começaram a dominar as manchetes. Destas, o aumento do custo dos alimentos é, de longe, a mais significativa.

Apesar de um número crescente de compradores dizer que está a encontrar mais produtos em rutura de stock (numa subida de 31% para 37%), aqueles que acreditam que o seu dinheiro já não “estica” tanto teve aumento de 10 pontos face à pesquisa anterior, situando-se agora nos 42%. Apenas um em cada 10 compradores diz que o preço dos alimentos é o mesmo de há um ano. Metade acredita, agora, estar a pagar muito mais do que em fevereiro de 2021.

Mas, alerta a dunnhumby, também há uma grande sobreavaliação. Instado a dizer exatamente quanto acreditava que os preços dos alimentos tinham aumentado, o comprador médio disse 19%. Nos 23 mercados analisados, a taxa de inflação foi de 5%.

Consumidores

Em estudos anteriores, o “Customer Pulse” ajudado a rastrear um número crescente de compradores que se identificam com estratégias de procura de valor e 60% dos compradores pode ser classificado como tal hoje, em comparação com apenas 29% dos que buscam apenas qualidade. Entre este grupo de clientes centrados no valor, as perceções sobre o impacto da inflação são particularmente distorcidas, diz a consultora, já que o seu comprador médio acredita que o preço dos alimentos aumentou 20%, no último ano.

Por outro lado, e embora as pessoas pareçam menos preocupadas com a Covid-19, isso não significa que não estejam cientes dos seus efeitos. A variante Ómicron representou um balde de água fria na esperança dos consumidores em relação ao regresso à normalidade e as consequências são um aumento de comportamentos que, em alguns casos, levam de volta aos resultados de há um ano. Em conjugação com o aumento de novos casos, observa-se um claro declínio no número de pessoas que dizem sentir-se mais seguras quando fazem compras sabendo que quem está à sua volta está vacinado (de 32% em setembro para 27% na última edição do estudo). Assim, o número de pessoas que acreditam que se está a regressar à normalidade nos supermercados diminuiu cerca de uma décima (de 30% para 21%).

Retalho

A satisfação com a experiência na loja, que tem estado numa trajetória ascendente nos últimos dois anos, caiu de 32% para 30%. No entanto, o número de pessoas que dizem que os retalhistas estão a fazer um bom trabalho a lidar com a pandemia aumentou e os inquiridos em todos os países dizem que as lojas estão a superar os seus governos nesse sentido.

Uma das principais tendências dos primeiros dias da pandemia foi o foco dos clientes em fazer menos idas às lojas, optando por armazenar. Embora esse comportamento tenha estado em declínio nos últimos dois anos, alguns clientes parecem tê-lo readotado nas últimas semanas. O número médio de visitas às lojas por semana baixou de 6,4 para 6,2, com a percentagem de pessoas que dizem estar conscientemente a fazer menos visitas a subir de 25% para 31%.

Novas preocupações

Procurando perceber até que ponto a Covid-19 influenciou comportamentos em torno da saúde e do bem-estar, a dunnhumby fez uma série de perguntas sobre como as pessoas compravam na prossecução desses objetivos. A um nível abrangente, apurou que 46% está focado numa alimentação saudável, com os mercados latino-americanos a liderarem. As mulheres têm, também, 10% mais probabilidades de estar conscientes da saúde do que os homens (49% versus 44), embora a idade e o rendimento tenham pouca influência nos resultados. Entre os que moldam a sua dieta com a saúde em mente, a redução da carne (especificamente carne vermelha) e dos lacticínios são os comportamentos mais frequentemente citados.

Por outro lado, cerca de um quinto (21%) dos compradores pode ser classificado como estando focado no ambiente e na sustentabilidade. Os inquiridos da China, Tailândia e Colômbia são muito mais propensos a cair nesta categoria.

Uma adenda interessante a esta descoberta é que, embora quase todos os que estão focados na sustentabilidade também estejam focados na saúde, o contrário não é verdade. Mais de metade dos que se preocupam profundamente com a sua saúde pessoal não sentem o mesmo em termos de sustentabilidade”, nota a dunnhumby.

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