in

Metade dos diretores financeiros espera retoma a partir do segundo semestre de 2021

diretores financeiros
Foto Shutterstock

Portugal está entre os países europeus em que os diretores financeiros das empresas estão menos otimistas devido ao alto nível de incerteza que os negócios atravessam neste momento. De acordo com a edição de outono do estudo CFO Survey da Deloitte, apenas 17% dos líderes em Portugal considera que as suas empresas se encontram atualmente na mesma situação ou melhor do que no período pré-Covid, enquanto que 49% só espera recuperar na segunda metade de 2021 ou mais tarde.

Apesar do pessimismo ser ainda alto, de um modo geral, os diretores financeiros (Chief Financial Officers) em Portugal estão mais otimistas em relação às perspetivas financeiras das suas empresas do que na última edição do CFO Survey, realizada em março deste ano (39% versus 13% respetivamente), o que demonstra alguma recuperação de confiança após o esforço de ajuste dos negócios e um alívio das medidas mais restritivas da primeira vaga da pandemia.

De acordo com o mesmo estudo, perto de 50% dos CFO portugueses considera que as suas receitas, o número de colaboradores e o investimento vão diminuir nos próximos 12 meses, o que reflete uma descida das expectativas comparado com a última edição do CFO Survey, onde apenas 29% esperava que o investimento diminuísse.

O inquérito aos diretores financeiros das empresas mostra, igualmente, que a redução de custos está no “top of mind” dos CFO portugueses (92%) como uma das principais estratégias a ser implementada para combater a crise, seguida da digitalização (80%), que é a primeira prioridade para os CFO europeus.

No que toca a estratégias expansionistas, o crescimento nos mercados atuais (66%) e a introdução de novos produtos e serviços (52%) são considerados mais prioritários do que a entrada em novos mercados (32%) e crescimento por aquisições (20%).

 

Longo caminho para a recuperação

Na Europa, cerca de 54% dos CFO europeus espera que suas receitas aumentem nos próximos 12 meses, contra 30% que espera uma diminuição, um resultado não muito longe de ser exatamente o oposto de março, quando apenas 26% esperava que as receitas aumentassem e 60% que caíssem.

Em Portugal, a variação das expectativas de receita não é tão positiva. Os CFO portugueses mudaram as suas expectativas de receitas, principalmente de negativas para neutras, sem alteração na percentagem de CFO que se sentem mais otimistas (40%).

O facto de as perspetivas de receita parecerem mais positivas não significa, no entanto, que a maioria das empresas já tenha voltado ao nível pré-pandemia. Embora 23% das empresas europeias esteja de facto a operar no nível pré-Covid ou acima, 44% espera retornar aos níveis pré-crise apenas num ano, no mínimo, com 17% a apontar 2022 como o momento mais provável para a recuperação total das receitas.

 

Sectores

64% dos CFO no sector de transporte e logística e 55% de produtos e serviços industriais vê o futuro com mais confiança agora do que há três meses, o que reflete uma rápida recuperação no comércio global e na produção industrial.

Na outra extremidade do espectro, a imagem é totalmente diferente. No sector do turismo e viagens, apenas 26% dos CFO se sente mais otimista e quase metade está menos otimista do que há três meses.

Um aumento no número de novos casos de Covid-19 em muitos países europeus e a reintrodução de medidas de contenção mais rígidas dissiparam as esperanças de um renascimento do turismo no final da temporada, desferindo mais um golpe num dos sectores mais afetados negativamente pela pandemia.

Black Friday

61% dos portugueses não tencionam fazer compras na Black Friday ou Cyber Monday

poder de compra

Dois terços do poder de compra em Portugal Continental nos concelhos de maior risco