Nos últimos anos, as áreas de logística das empresas têm registado um crescimento significativo da sua atividade, em grande parte devido ao crescimento da atividade económica e do e-commerce. Como resultado deste crescimento, é um imperativo comercial para as empresas manterem operações digitalizadas e modernizadas para garantir a correta execução da sua cadeia de abastecimento.
“A pandemia de Covid-19, o reajustamento das cadeias de abastecimento e o contexto económico internacional fruto da guerra na Ucrânia impactaram fortemente o sector da logística e as cadeias de abastecimento. Por conseguinte, as empresas devem investir em novas ferramentas e soluções para aumentar a digitalização e a eficiência do sector logístico e garantir o seu bom funcionamento“, explica Rafael San Román, sócio-diretor de Stratesys.
Neste contexto, a multinacional tecnológica identifica as principais tendências que vão marcar a evolução tecnológica na área de logística e da cadeia de abastecimento durante os próximos meses e como a inteligência artificial e o e-commerce estão a impactar este sector.
Cadeia de abastecimento global
Apesar da melhoria dos mercados, ainda nos encontramos num cenário com muitas incertezas, tensões geopolíticas, situação económica delicada e estrangulamentos, que podem tornar a cadeia ineficiente ou imprevisível. Além disso, o aumento do custo das matérias-primas, a falta de mão-de-obra qualificada e de componentes eletrónicos serão desafios prioritários na cadeia de abastecimento global.
Por outro lado, as instituições bancárias estão a arrefecer o consumo e a aumentar agressivamente as taxas de juro. Tudo isto está a ter um impacto que se reflete em alguns indicadores, como o volume global de contentores.
Cadeia de abastecimento digital
Para tornar a logística mais eficiente, o investimento em tecnologia, plataformas Cloud e uma maior integração entre todos os intervenientes na cadeia de abastecimento está a acelerar. Com isso, grandes investimentos em integração de plataformas serão feitos para melhorar a visibilidade do início ao fim da cadeia de abastecimento, pois oferecem grandes vantagens para a tomada de decisões com informações em tempo real.
Controlo e contenção de custos
Estamos num cenário de inflação elevada, com aumentos significativos do preço das matérias-primas, gerando um impacto nos custos das empresas e operadores, que dificilmente é repercutido nos consumidores.
Para contrariar este aumento de preços, as empresas terão de rever as estratégias de controlo de custos face ao crescimento das vendas dos outros anos. Em particular, os custos de transporte estão na ordem do dia, obrigando as empresas a procurar fontes de abastecimento mais próximas para reduzir os custos.
A gestão correta do stock, a definição de novas estratégias para a determinação dos níveis ótimos e a identificação de novos fornecedores para reduzir os níveis de inventário e o stock morto são algumas das soluções a ter em conta.
Gestão da última milha
Os consumidores são cada vez mais exigentes. Tendem a penalizar as empresas que não cumprem os seus compromissos de entrega, valorizando cada vez mais o imediatismo do processo de compra. Para responder a este hábito dos consumidores, sem comprometer a rentabilidade, estão a ser promovidos pontos de recolha, alterações nos processos de devolução, aumento dos prazos de entrega ou o pagamento de prémios adicionais para entregas urgentes.
Sustentabilidade da cadeia de abastecimento
A sustentabilidade veio para ficar e a pressão regulamentar sobre as empresas está a aumentar drasticamente. Os consumidores estão a começar a tomar algumas decisões com base na sustentabilidade dos produtos que compram. Além disso, muitas empresas têm de comunicar os rácios de sustentabilidade aos seus acionistas e governos. Tudo isto significa que as empresas de logística têm de promover um serviço sustentável a longo prazo.
Inteligência artificial e machine learning
São tecnologias emergentes, simples de implementar, que aumentam as poupanças, aceleram os processos internos, a tomada de decisões eficientes e automatizam algumas funções de processos logísticos de baixo valor acrescentado. Graças a estas funções, os custos dos processos e os níveis de inventário podem ser reduzidos, diminuindo o risco das operações comerciais e aumentando a sua rentabilidade.
Análise avançada
Vivemos num mundo de dados. Estes são cada vez mais importantes para a tomada de decisões estratégicas e operacionais. Analisar e interpretar estes dados com modelos estatísticos permite uma previsão da procura mais eficiente.
Estas soluções podem ajudar a identificar oportunidades e riscos, que podemos antecipar. Ajudam também a melhorar a capacidade de produção, reduzindo os tempos de paragem não planeados das máquinas ou as ruturas de stock.
Resiliência da cadeia de abastecimento
A cadeia de abastecimento tem de ser capaz de mitigar e limitar o impacto de potenciais perturbações que ocorram. Nos últimos três anos, assistiu-se a uma miríade de situações de teste de resiliência que conduziram a perturbações maciças na cadeia. Como iniciativas para melhorar este ponto, encontram-se soluções de planeamento digital e colaborativo com clientes e fornecedores, em tempo real, para permitir uma tomada de decisão mais eficaz.
Cibersegurança
A integração global da cadeia de abastecimento, a incorporação de dispositivos móveis nos processos empresariais, a IoT e outros elementos geram novas vulnerabilidades e falhas de segurança que comprometem a cadeia de abastecimento.
Para evitar esta situação, estão previstos investimentos significativos em hardware, software, migrações para a nuvem e estratégias de confiança zero para reduzir o risco de ataques. Prova da importância deste ponto é a incorporação nas organizações da nova figura do CISO, para fazer face a estes desafios.
Sourcing estratégico
O modelo de aprovisionamento está a mudar na maioria das organizações, com o surgimento de novas oportunidades e obrigações: dversificação dos fornecedores, reflexão sobre a oportunidade de continuar a trabalhar com fornecedores em determinadas regiões geográficas, análise de fornecedores baseada no risco e na conformidade, trabalho conjunto em produtos inovadores e exigência de conformidade com os requisitos de responsabilidade social e ambiental.
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