2019 tem sido um ano marcado pela abertura de negócios na área de grande distribuição e, consequentemente, pela necessidade do aumento da visão estratégica na área em Portugal. A par das aberturas existentes em Portugal e da entrada de novos players no mercado nacional, estão também a acontecer grandes reestruturações realizadas por determinadas marcas devido à necessidade de inovação, não só numa ótica de mudança visual das mesmas, como também de atração de talento e retenção dos seus colaboradores.
A grande distribuição vive, neste momento, a necessidade de mudança de mindset sobretudo devido à quantidade emergente de oferta que existe no mercado, a nível nacional. Consequência destas alterações, notou-se nos meses de junho, julho e agosto uma franca necessidade de reforço, sobretudo em funções de middle management – Chefes de Secção, Chefes de Departamento – em contexto operacional, relacionada com a necessidade de garantir a experiência positiva do consumidor em loja. Mais, para além de uma oferta híbrida em termos de grande distribuição, o consumidor vive também um momento muito ligado a práticas de sustentabilidade e está igualmente disposto a dispensar um maior nível financeiro em bens tanto pela qualidade do produto, como pelo serviço apresentado pelos seus funcionários.
Anexado a estes paradigmas, verifica-se a necessidade de reter quadros especializados em áreas mais críticas, bem como profissionais com competências comerciais bem desenvolvidas, que consigam fazer face às necessidades do consumidor.
Em termos de recrutamento, denota-se uma preocupação emergente em recrutar profissionais com soft skills bem desenvolvidas para o auxílio numa maior gestão e retenção das suas equipas operacionais, que muitas vezes enfrentam nas suas estruturas realidades financeiras difíceis, dinâmicas de trabalho exigentes e a falta de políticas de progressão. Assim, estes profissionais são atualmente recrutados e/ou formados para que consigam sobretudo mitigar a cristalização que poderá existir em quadros mais antigos das estruturas. Outra das tendências do mercado passa por recrutar profissionais com uma visão analítica e estratégica bem desenvolvida para trabalhar a performance de cada uma das marcas e, consequentemente, das suas equipas, em termos de perfis de direção – diretor de loja, responsáveis de unidade.
Deste modo, a grande D+distribuição vive, nos últimos meses, uma mudança de paradigma em termos de atração de talento, estando também a colocar em prática novas políticas internas de retenção de profissionais, proporcionando maiores oportunidades internas e de carreira a profissionais que, muitas vezes, não apresentam formação académica superior, mas que possuem um conhecimento tácito e essencial para o desenvolvimento de projetos nestas áreas.