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No início dos tempos, pagávamos bens com outros bens ou com serviços. Possivelmente, este primeiro método de pagamento foi usado durante séculos. Depois, a evolução foi cada vez mais rápida, passando a ser medida em décadas e atualmente em anos. Os métodos de pagamento refletem as transformações tecnológicas, sociais e económicas. Rapidamente passámos do dinheiro físico aos pagamentos digitais. Buscamos conveniência, segurança e eficiência. Aprofundemos um pouco mais a progressão temporal deste sector.
A primeira moeda cunhada em metais preciosos terá sido o passo inicial para a criação do dinheiro físico, seguindo-se o aparecimento das notas – que adicionalmente também resolveram o inconveniente da necessidade de carregar física e pessoalmente demasiado peso nas transações de maior valor. Foram os primeiros passos na busca da conveniência e, durante séculos, as notas foram a forma predominante de pagamento. Com a evolução da tecnologia, surgiram os primeiros métodos de pagamento digitais, como os cartões bancários. A adoção de cartões de crédito e débito marcou o princípio da era da revolução digital e da forma como as pessoas lidam com as suas finanças, proporcionando maior comodidade e segurança. Recentemente, assistimos a uma adoção crescente dos pagamentos sem contacto, que permitem transações ainda mais rápidas e eficientes.
Nos últimos anos, o uso dos smartphones tornou-se cada vez mais popular e impulsionou o desenvolvimento dos pagamentos móveis. Encostar o telefone ou ler o QR Code tem vindo a ser um dos gestos cada vez mais comuns nos pagamentos presenciais. A utilização do MBWAY, do Apple Pay e do Google Pay está em franca expansão. A integração da tecnologia NFC – Near Field Communication tem sido incluída em praticamente todos os terminais de pagamento automáticos. Com o aumento exponencial do número de utilizadores que apenas usa o telemóvel para pagamentos contactless, vai ser quase obrigatório para os comerciantes terem esta funcionalidade integrada nos seus terminais.
A integração das vendas presenciais com as vendas à distância, permitindo que ambas sejam geridas a partir de um único backoffice, foi outra evolução muito relevante que ocorreu nos últimos anos. Estas soluções integram numa única plataforma pagamentos presenciais realizados nos terminais automáticos em loja e pagamentos à distância.
Com esta abordagem, as empresas deixam de necessitar de consultar os pagamentos presenciais numa aplicação distinta, ou de substituir os terminais ou gateways de pagamento sempre que mudam de conta bancária. São as chamadas soluções omnichannel que se adaptam a qualquer sector e a uma ampla variedade de áreas de atividade, garantindo maior eficiência e comodidade. O Pay-by-link, o Buy Now Pay Later para pagamentos parcelados e o pinpay.pt têm também vindo a ser cada vez mais utilizados.
A evolução futura dos pagamentos terá particular atenção às questões relacionadas com a segurança, com a utilização de tecnologias baseadas em inteligência artificial (IA) e machine learning para a deteção e prevenção de fraudes. A IA está a evoluir a grande velocidade. Veja-se, como exemplo, a utilização da IA no incremento da segurança nas transações. Analisar padrões de comportamento permite identificar atividades suspeitas com maior rigor. A capacidade de processar rapidamente grandes quantidades de informação possibilita o cruzamento e a análise de dados essenciais à gestão do risco desta atividade.
Em suma, a evolução dos pagamentos está intimamente ligada à inovação tecnológica e à crescente procura por soluções mais rápidas, seguras e eficientes. A transição para os pagamentos digitais tem sido notável, mas ainda há muito por explorar, desde o potencial das criptomoedas – ainda com um grande risco associado -, até ao uso da biometria, para uma maior desmaterialização dos pagamentos. Ultrapassadas que sejam algumas questões éticas e de privacidade, bastará a nossa impressão digital ou retinal para se fazer um pagamento. O futuro promete uma maior integração de tecnologias emergentes e uma descentralização mais ampla do sistema financeiro.