O mundo mudou drasticamente, nos últimos dois anos, e o sector tecnológico não foi exceção. O trabalho remoto foi, durante algum tempo, a nossa única opção e isso abriu portas a novas oportunidades.
A contratação e o trabalho além-fronteiras passaram a ser uma tendência e, com um mundo cada vez mais informatizado, passou a haver escassez de talentos tecnológicos. Talvez por isso, os salários na indústria tecnológica portuguesa tenham crescido 36,5%, em 2022, em comparação com o salário médio do ano anterior. Este aumento sem precedentes coloca o salário médio anual bruto destes profissionais nos 44.449 euros.
Segundo um artigo publicado pela Eco Sapo, mesmo com o aumento salarial, fica difícil reter o talento, uma vez que cerca de sete em cada 10 profissionais pensam em mudar de emprego, nos próximos meses. Valor este que aumenta, quando se refere a profissionais que estão em regime 100% presencial no escritório.
Nove em cada 10 demostra essa vontade em mudar, sendo que também são os profissionais que recebem menos, inclusive tiveram cortes salariais o ano passado.
Como está atualmente o sector tecnológico?
A empresa de recrutamento tecnológico Landing.jobs elaborou um relatório que ajuda a compreender melhor em que ponto se encontra este sector.
Vejamos, então, alguns dados que ajudam a ter uma visão mais clara.
Demografia
- 14,4% dos profissionais de tecnologia trabalha como terceirizado/autónomo
- 17% mulheres ou não-binários
- Em relação à educação, Tech Bootcamps e Self-taught representam apenas 4,2% dos profissionais de tecnologia
Posição e tecnologia
- 30,7% dos profissionais está em cargos de Tech Management
- 51,7% das pessoas em funções de Desenvolvedor é Full-stack, Back-end ou Front-end
- 41% dos trabalhadores tem mais de nove anos de experiência
- Javascript é a linguagem mais utilizada (15,8%)
Trabalho remoto e global
- 88,6% dos profissionais trabalha em regime remoto ou híbrido
- 18,6% dos profissionais de tecnologia trabalha remotamente para um parceiro além-fronteiras
- Dos acima referidos, africanos (72,8%), asiáticos (72,6%) e sul-americanos (82,1%) trabalham para empresas de outros continentes
- Os profissionais de tecnologia são altamente motivados para trabalhar remotamente além-fronteiras (8,9 /10)
- Africanos (76,5%), asiáticos (71,1%) e sul-americanos (75,8%) são os mais motivados para trabalhar remotamente além-fronteiras
- A Europa é o continente preferido para trabalhar remotamente além-fronteiras (34,1%), seguida pela América do Norte (24,9%)
- O principal motivo para trabalhar remotamente além-fronteiras é o melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal (25,1%)
- Em relação à mudança para outro continente, os asiáticos (79,9%), sul-americanos (84,3%) e africanos (87,9%) são os mais abertos a isso
- Os europeus são os menos inclinados a mudarem-se para outro continente (29,7%), mas estão abertos a mudarem-se para um país no mesmo continente (29,9%)
- A Europa é o continente preferido para trabalhar (41,2%), seguida pela América do Norte (27,5%)
- A principal razão para se mudar para outro continente é a qualidade de vida (23,2%)
As posições mais bem remuneradas
Como mencionado anteriormente, de 2021 para 2022, os salários dos profissionais das áreas tecnológicas subiram quase 40%.
As funções de gestão são as que melhor pagam, mas developer roles solutions architect, business applications e devOps também estão no topo da lista.
As áreas onde o aumento é mais acentuado são Mobile (78,5%), back-end (73,6%) e data science (68,6%).
Nas linguagens de programação, destaca-se como uma das mais bem pagas a Elixir, uma linguagem de programação funcional executada na máquina virtual do Erlang.
Discrepância salarial entre homens e mulheres
Apesar de todos os esforços para que as diferenças se anulem, ainda se verifica um gap salarial entre homens e mulheres.
Os homens ganham, em média, mais 31,2% do que as mulheres, revela o relatório da Landing.Jobs.
Como ingressar num dos sectores mais promissores?
Com a escassez de talentos tecnológicos em todo o mundo, os recrutadores não têm a tarefa facilitada.
Uma vez que oferece condições muito acima da média nacional, investir neste sector é uma garantia para o futuro.
São inúmeras as ofertas no campo da formação. Pode tornar-se um Full Stack Web developer em apenas três meses e aprender a programar em Javascript ou HTML.
O Bootcamp Web Developer da Wild Code School é intensivo e focado numa pedagogia baseada na realização de projetos. Durante o bootcamp, os estudantes têm a oportunidade de trabalhar em desafios baseados em contexto real – hackathons e projetos -, facilitando a entrada no mercado de trabalho.
Dados da escola são bem reveladores do sucesso dos alunos que frequentam os cursos:
- 9/5 na avaliação da satisfação dos alunos
- 90% de taxa de sucesso na colocação dos alunos no mercado de trabalho em Portugal
- 94% de taxa de sucesso na certificação, revelando que a grande maioria dos alunos que frequentam os cursos terminam os mesmos com sucesso.
Nem tudo é perfeito na área das tecnologias, apesar das condições dos profissionais serem muito mais altas que a média das condições gerais do mercado de trabalho em Portugal.
No entanto, e como se tem vindo a assistir nestes últimos anos, o paradigma mudou e cada vez mais as empresas e negócios precisam deste tipo de profissionais, para que possam acompanhar as tendências tecnológicas que o mercado global as obriga.