in

Portugal na 25.ª posição no ranking mundial de talento

Apesar da maior “Atratividade”, o país decresce no “Investimento & Desenvolvimento” e “Preparação”

Foto Shutterstock

Portugal ocupa a 25.ª posição no ranking mundial de talento do IMD World Competitiveness Center 2023. Os resultados divulgados pelo IMD, que conta, a nível nacional, com a Porto Business School como parceira exclusiva na elaboração do ranking, revelam, assim, que Portugal regista a descida de uma posição face ao ano anterior. Apesar da melhoria em termos de “Atratividade”, este ano, e contrariamente a 2022, os resultados ficam marcados pelo decréscimo do país nos fatores “Investimento & Desenvolvimento (I&D)” e “Preparação”.

O ranking é liderado pela Suíça, Luxemburgo e Islândia, as três economias mais competitivas em talento, a nível mundial, entre os 64 países em análise.

 

Atratividade

Depois de, no ano passado, Portugal ter invertido a tendência de decréscimo, o país volta a perder competitividade neste ranking de talento. Mas, apesar de descer uma posição, o país apresenta crescimento em termos de “Atratividade”, subindo três posições (passando do 40.º lugar para o 37.º), fundamentado, sobretudo, pelo desempenho positivo nos níveis de exposição dos cidadãos à poluição (11.º lugar).

Contudo, a motivação laboral (57.º), a fuga de talento (54.º) e a aplicação de justiça (57.º) permanecem critérios preocupantes.

 

I&D

No que diz respeito ao “I&D”, Portugal desceu cinco posições comparativamente a 2022 (do 22.º para o 27.º lugar), mantendo-se como principal fraqueza a classificação dos níveis de formação dos colaboradores (60.º lugar), considerada como prioritária para as empresas.

Contudo, Portugal continua a ter um bom desempenho no rácio alunos/professor na educação primária e secundária. Refira-se que a participação feminina na força de trabalho (49,93%) surge, também, como um dos principais destaques positivos, no quinto lugar do ranking.

 

Preparação

Relativamente ao fator “Preparação”, o país também registou um decréscimo, neste caso de oito posições (passando do 19.º lugar para o 27.º), justificado pela experiência internacional dos gestores seniores (56.º lugar). O critério é, ainda assim, equilibrado pelo desempenho de competências linguísticas (10.º lugar).

 

Efeitos da pandemia

Os resultados indicam que os efeitos duradouros da pandemia continuam a desempenhar um papel determinante no panorama da competitividade de talentos. A elevada adoção do trabalho remoto e híbrido tem implicações na perceção da progressão na carreira: 27% dos mais de quatro mil executivos inquiridos para afirma que o trabalho remoto, seja a tempo inteiro ou parcial, prejudica o desenvolvimento da carreira na empresa.

De notar que as economias em que o trabalho remoto é considerado menos prejudicial para o desenvolvimento da carreira são, em média, também aquelas que se destacam na atração e retenção de profissionais altamente qualificados, bem como nos níveis de participação feminina no mercado de trabalho.

“Os rankings deste ano também demonstram que, à medida que as economias se tornam mais orientadas para o serviço – um processo de transformação que também atingiu a China (41.ª) e a Índia (56.ª) –, a presença física dos funcionários no país dos seus empregadores já não é necessária. No geral, observamos o surgimento de um novo tipo de funcionário que foi educado num país, vive noutro e trabalha para uma empresa localizada num terceiro país”, explica Arturo Bris, diretor do Centro de Competitividade Mundial da IMD, que produz o ranking.

Adicionalmente, o estudo demonstra que a maioria das regiões não foi capaz de regressar aos níveis de competitividade de talento anteriores à pandemia, uma situação que levou a uma maior paridade entre certas regiões (por exemplo, a classificação média de talentos de países no sul da Ásia e Europa Oriental aproximou-se, entre 2019 e 2023), ao mesmo tempo que aumentou as disparidades vivenciadas por outras regiões (por exemplo, a América do Sul, que, estando já atrasada comparativamente com outras regiões, viu essa lacuna aumentar).

 

Liderança da Suíça

A Suíça manteve o seu domínio na competitividade global de talento, permanecendo na primeira posição do ranking desde a sua criação, em 2014. O Luxemburgo subiu para o segundo lugar, enquanto a Islândia manteve o terceiro posto.

A Suécia sofreu uma queda considerável – do segundo para o 10.º lugar –, enquanto a Bélgica (quarta) e Singapura (oitava) regressaram ao top 10.

“A adaptação dos sistemas de educação às necessidades dos sistemas económicos continua a ser um dos grandes desafios da competitividade de talentos. Os ‘vencedores’ no nosso ranking são também os países que enfatizam a formação profissional e os estágios em detrimento de disciplinas académicas gerais. Não recomendamos um em detrimento do outro, mas os ‘trade-offs’ económicos de qualquer escolha são relevantes”, reforça Arturo Bris.

 

 

Siga-nos no:

Google News logo

Pebble Mouse 2

Logitech apresenta o novo rato Pebble 2

Naked Malt

PrimeDrinks distribuiu novo whisky para consumidores mais jovens