Há um enorme potencial oferecido pelas tecnologias que está inexplorado e espera-se que a economia eco-digital, impulsionada pelas tecnologias digitais e pela sustentabilidade, duplique até 2028, diz o novo estudo do Research Institute da Capgemini, “The Eco-Digital Era: The dual transition to a sustainable and digital economy”, desenvolvido em parceria com o Digital Value Lab do Digital Data and Design Institute da Universidade de Harvard.
Ao longo dos últimos cinco anos, a adoção das tecnologias digitais permitiu às empresas reduzirem o seu consumo de energia em quase um quarto e as suas emissões de gases com efeito de estufa em 21%. No contexto desta nova era de dupla transição para uma economia eco-digital, que cria valor económico, ambiental e social, a crescente adoção das tecnologias digitais irá impulsionar o crescimento económic,o tendo a sustentabilidade como principal área de foco/prioridade.
A nova era eco-digital, mais colaborativa e orientada por plataformas, faz emergir novos modelos de negócio e novas fontes de receita, melhorando os níveis de rentabilidade graças à utilização dos dados, da tecnologia Cloud, dos ecossistemas colaborativos e dos produtos e serviços conectados. De acordo com o estudo, sete em cada 10 empresas concordam que os modelos de negócio alicerçados nas tecnologias digitais serão um fator chave para assegurar o crescimento das receitas nos próximos três a cinco anos. Além disso, 60% espera que estes modelos venham a gerar mais receitas do que os provenientes dos modelos de negócio tradicionais.
“Nesta era eco-digital, as empresas explorarão cada vez mais o potencial de criação de valor proveniente das tecnologias digitais, especialmente no que diz respeito à utilização dos dados e à implementação da Cloud pelo papel fundamental que podem ter no cumprimento das metas de sustentabilidade. Há também uma rápida evolução das tecnologias emergentes, como inteligência artificial generativa e a biologia sintética, bem como uma colaboração reforçada para criar ecossistemas digitais”, refere Suraj Srinivasan, Philip J. Stomberg, professor de Business Administration da Harvard Business School e Head of the Digital Value Lab do Digital Data and Design Institute de Harvard. “É realmente uma mudança fundamental, que abrange todos os sectores de atividade e está a acontecer à escala global. À medida que as empresas crescem, elas terão de se interrogar sobre o que precisam para centralizar ou descentralizar as arquiteturas das plataformas e, mais importante ainda, a governação dos dados”.
Tecnologias implementadas em larga escala
Espera-se que, nos próximos cinco anos, o investimento em transformação digital (desde a expansão das principais tecnologias e implementação de medidas de cibersegurança, até à requalificação da força de trabalho e à automatização dos processos empresariais), venha a proporcionar o maior retorno do investimento, passando dos atuais 4% para 14% em 2028.
De acordo com o estudo, cerca de metade das empresas inquiridas (48%) está na fase de planeamento ou a desenvolver ativamente estratégias para aproveitarem o potencial oferecido pelas tecnologias emergentes, tais como o edge computing e a IA generativa. No entanto, as empresas consideram que serão as principais tecnologias, nomeadamente a análise de dados e a Cloud em larga escala, que lhes irão proporcionar os ganhos mais significativos nos próximos cinco anos.
“A economia eco-digital é diferente das anteriores e as empresas ainda só aproveitaram uma pequena fração do potencial total oferecido pelas principais tecnologias, como a Cloud, a IA e a automação“, afirma Fernando Alvarez, Chief Strategy and Development Officer e Executive Board member do Grupo Capgemini. “Graças às tecnologias digitais, as empresas poderão melhorar os níveis de eficiência das suas principais atividades e fazerem os investimentos necessários para concretizarem esta dupla transição. Estamos no alvorecer de uma nova era de transformação e ainda só aflorámos muito parcialmente o vasto potencial do impacto positivo que as tecnologias digitais nos podem proporcionar numa perspetiva económica, ambiental e social”.
Consumo de energia
Só nos últimos cinco anos, a implementação das tecnologias digitais permitiu que as empresas reduzissem o seu consumo de energia em quase um quarto (24%) e as emissões de gases com efeito de estufa em 21%.
O estudo estima igualmente que a redução das emissões globais de gases com efeito de estufa proveniente da utilização das tecnologias digitais, até 2028, venha a compensar o aumento esperado das emissões provocadas pelo digital.
Iniciativas digitais
Será necessária uma profunda transformação em todo mundo no que diz respeito às competências dos trabalhadores, para que as empresas possam acompanhar os avanços tecnológicos em larga escala em todos os sectores de atividade.
Com 64% das empresas a investirem na requalificação das suas atuais equipas, os gestores terão agora de ser suficientemente flexíveis para permitirem a concretização desta rápida mudança.