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Ásia, África e Europa estão particularmente expostas ao abrandamento da China

Os países com fortes ligações comerciais à segunda maior economia do mundo, a China, estão a preparar-se para o impacto de um abrandamento do crescimento. Os dados do terceiro trimestre confirmaram a desaceleração trimestral do crescimento chinês, que está muito abaixo da meta oficial estabelecida em 5% ao ano.

Sendo a segunda maior economia do mundo, a China representa cerca de 10% do comércio internacional, 16% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 17% da procura mundial de petróleo. Dada a sua dimensão, a Crédito y Caución espera que as repercussões da evolução da sua economia afetem os mercados em todo o mundo. Os sectores das matérias-primas, do equipamento elétrico, da maquinaria, dos produtos químicos, dos metais de base e das TIC são os que poderão ser mais afetados por um abrandamento prolongado da China.

 

Países afetados

A Crédito y Caución prevê um aumento de 23% nas insolvências na região da Ásia-Pacífico, em 2024, principalmente devido à desaceleração do crescimento chinês. Economias como Taiwan, Singapura, Austrália, Malásia, Vietname e Coreia do Sul são as mais expostas devido ao peso das suas exportações para o gigante asiático.

A revolução económica da China arrastou milhões de cidadãos para a classe média e criou uma procura sem precedentes de bens que as empresas destes mercados vizinhos satisfizeram. Essa classe média sofre agora de uma crise de confiança que se faz sentir na região da Ásia-Pacífico.

Países da Europa, África e América Latina também poderão sofrer impactos significativos. A União Europeia está particularmente exposta a uma perturbação da cadeia de abastecimento, uma vez que a China é o seu principal fornecedor de insumos críticos, como microchips, peças de turbinas ou produtos químicos. Além disso, a China é o maior parceiro comercial na África Subsariana, onde os países que exportam petróleo para o mercado asiático estão particularmente expostos.

Outros mercados como Rússia, Chile, África do Sul, Brasil e Austrália, principais fornecedores de matérias-primas para a China, já estão a sentir o impacto da crise imobiliária e da queda no sector manufatureiro.

De acordo com as estimativas publicadas pela seguradora de crédito, o impacto da evolução da China poderá subtrair entre meio ponto percentual e um ponto ao crescimento destes mercados. Esse choque pode ser reduzido se houver uma resposta mais contundente do governo chinês, com a aprovação de estímulos fiscais que contemplem cortes de impostos, subsídios ou transferências diretas de numerário para estimular a procura.

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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