O Grupo DIA anunciou esta terça-feira, dia 14 de abril, o progresso das vendas líquidas do primeiro trimestre, apuradas que estão as contas nos mercados onde se faz representar: Portugal, Espanha, Brasil e Argentina.
E é, precisamente, da Península Ibérica que continuam a vir boas notícias para o operador espanhol presente em Portugal com a insígnia Minipreço, com a operação nacional a apresentar uma variação positiva de 4,3%, onde são consolidadas as vendas da marca Clarel, isto apesar de ter procedido a uma redução de 5% do parque de lojas detido e explorado no país, como consequência da concretização do plano estratégico definido. Em comparação com o homólogo de 2019, as vendas like-for-like subiram 9,3%. Em comunicado, a DIA aponta a subida das vendas comparáveis no período, com particular destaque para o mês de fevereiro, “a uma maior frequência de entrega de mercadoria nas lojas, bem como pela melhoria da oferta comercial de produtos frescos”.
Já Espanha, o motor da operação DIA, apurou vendas de 1.060 milhões de euros, uma subida de 1,9% face a 2019 e de 7,8% em base comparável . Tal como em Portugal, as vendas líquidas aumentaram, apesar de uma redução de 11,2% na rede de lojas, “como consequência do encerramento das lojas situadas em localizações não estratégicas e/ou com fraco rendimento”, comenta a marca no comunicado enviado às redações. Fevereiro foi feliz para a companhia, que atingiu, pela primeira vez em três anos, vendas positivas no decorrer desse mês, confirmando, segundo a insígnia, “o avanço inicial do processo de transformação que inclui a melhoria do sortido, um modelo de franquia atualizado e a melhoria da cadeia de fornecimento e da rede de lojas”.
O mês de março trouxe consigo uma epidemia global, mas, por razões óbvias, potenciadora de resultados para a indústria retalhista. As compras com fim a armazenamento, antes do confinamento, assim como o incremento durante o confinamento, com o maior consumo de alimentação nos lares, em detrimento de outros canais, geraram bons resultados para a DIA em Espanha, que também reforçou a “capacidade de venda online para satisfazer a procura dos clientes”, com mil contratações para reforçar o quadro operacional deste canal e a conversão de oito lojas para a preparação de pedidos, o que permitiu chegar a um total de 500 povoações no país vizinho.
No continente sul-americano, nomeadamente no Brasil, as vendas líquidas caíram 23,1%, “fortemente afetadas por encerramento de lojas em localizações não estratégicas para a companhia e um efeito negativo de divisa de 13,1% neste período”. A nova estratégia comercial, lançada no final de fevereiro, gerou “um aumento significativo da oferta e do sortido disponibilizado aos consumidores”.
Já na Argentina, as vendas líquidas cresceram 5,6%, mas a perda registada, no período analisado, no Brasil conduziu o Grupo DIA, como um todo, para mais um trimestre com resultados negativos, mas com outro contexto financeiro e operacional. No total do grupo, a perda foi de 2,1%, ainda que em base comparável o resultado seja positivo em 2,6%.
Já no total das lojas, e face ao mesmo período de 2019, o Grupo DIA perdeu 11,7%.
No que diz respeito ao financiamento, e dadas as atuais condições de mercado, assim como “ao desafio que corresponde, agora, aceder aos mercados de dívida, estão-se a prioritizar outras alternativas para satisfazer o vencimento de títulos a médio prazo, que vencem em abril de 2021, incluindo uma oferta de troca de dívida (debt-for-debt exchange) e solicitação de consentimento (consent solicitation)“, pode-se ler no mesmo comunicado.