in

Saturação no mercado de retalho norte-americano pode levar a ainda mais encerramentos

As department stores e muitos retalhistas baseados em centros comerciais estão a fechar milhares de pontos de venda nos Estados Unidos da América, após anos de expansão excessiva. Agora, são os operadores de supermercados que parecem estar a caminhar na mesma direção, avança a Business Insider.

Como os retalhistas baseados em centros comerciais fizeram na década de 1990, os supermercados expandiram-se rapidamente nos nos últimos anos. “Nos últimos 10 anos, vimos um alto crescimento de alguns dos ‘players’ mais tradicionais, o que resultou na saturação no mercado norte-americano e forçou os supermercados ‘mainstream’ a desacelerar as aberturas“, comentaDanielle Dolinsky, analista do Planet Retail RNG, à Business Insider. Para algumas empresas, no entanto, o ritmo de crescimento está apenas a acelerar.

Os discounters, incluindo Aldi, Lidl e Dollar General, estão, coletivamente, a planear abrir milhares de lojas novas nos próximos dois anos. Ao mesmo tempo, empresas tecnológicas como a Amazon, com a sua recente aquisição da Whole Foods, também estão a entrar no retalho alimentar. A concorrência está a aumentar num momento em que a quantidade de espaço de retalho dedicada à venda de alimentos já atingiu um recorde no mercado norte-americano. O espaço de retalho por pessoa é quase 30 vezes superior ao de 1950, de acordo com dados do CoStar Group citados pelo Wall Street Journal. 

As vendas totais dos supermercados nos Estados Unidos da América caíram quase 2% no período de 12 semanas que terminou em 15 de julho, em comparação com o ano passado, de acordo com dados da Nielsen. O mercado está altamente fragmentado. Os retalhistas estão a reduzir os preços para impulsionar as vendas, o que leva os lucros a diminuir em empresas já pressionadas pelo estreitamento das margens.

As vendas comparáveis Whole Foods têm vindo a cair nos últimos dois anos. Mesmo as empresas que dominam há muito tempo, como a Kroger, a maior rede de supermercados do país, estão a ter problemas. A impressionante série de 13 anos de aumentos trimestrais consecutivos das vendas numa base comparável da Kroger terminou no início deste ano. Um estudo de 2014 descobriu que os preços da Aldi eram cerca de 22% mais baratos do que os da Kroger. A Aldi tem mais de 1.600 lojas neste mercado e planos para abrir mais 600 nos próximos dois anos.

A Walmart também está a investir no seu departamento de compras. A empresa tem expandido o programa de “click-and-collect” e reduziu os preços em centenas de produtos no ano passado. Recentemente, lançou um teste de comparação de preços em 1.200 lojas, num esforço para alienar a Aldi. A Business Insider comparou os preços em ambas as cadeias em 2015 e descobriu que a Walmart era cerca de 30% mais cara que a Aldi.

Agora, há ainda mais pressão para baixar os preços com a recém chegada do Lidl ao mercado norte-americano. Com mais de 10.000 lojas em todo o mundo, planeia operar 100 lojas ao longo da costa leste até meados de 2018.

Os supermercados perto das novas lojas do Lidl já começaram a baixar os preços para concorrer melhor, de acordo com um recente controlo de preços feito por analistas da Jefferies em diversos mercados do sudeste. A loja Dollar General em Roebuck, Carolina do Sul, diminuiu os preços em 30% em resposta à entrada do Lidl. A Food Lion também reduziu os preços nos mercados onde compete diretamente com o Lidl. A empresa enviou colaboradores para visitar as lojas do retalhista alemão noutros países antes da sua chegada aos Estados Unidos da América para entender melhor o conceito.

Face ao destino das department stores e outras lojas baseadas em centros comerciais, o retalho alimentar tem uma vantagem. Aqui, a ameaça do comércio eletrónico é menor. Os consumidores tardaram em migrar para o online, com o alimentar a representar menos de 1% do total de vendas online no país, de acordo com um recente relatório da Goldman Sachs.

Os supermercados que sobreviverem e prosperarem na próxima década terão de encontrar formas de reduzir os custos operacionais, principalmente através do uso de tecnologia inteligente que fortaleça a gestão de stock e robots que melhorrm a experiência do cliente, e canalizar essas economias para cortes nos preços contínuos. Empresas como a Kroger e a Walmart já estão a investir nessas tecnologias. 

O tempo é cada vez menos e os congelados são cada vez mais – Os folhetos confirmam…

Gastos do consumidor britânico continuam a cair