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Sustentabilidade, inovação e transição digital no futuro das empresas

No passado dia 18 de outubro, a GS1 Portugal regressou ao auditório do Museu do Oriente, em Lisboa, para realizar o seu 8.º Congresso Nacional, com o alto patrocínio do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Num novo formato – de uma manhã seguida de almoço –, este evento contou com a presença de representantes dos agentes das cadeias de valor para debater os desafios associados à sustentabilidade, inovação e transição digital, bem como o seu impacto no futuro das empresas.

O enquadramento sobre o contexto geopolítico e económico atual foi da responsabilidade do antigo vice-primeiro ministro do XIX Governo Constitucional, Paulo Portas. Durante a sua análise sobre as tendências globais, sublinhou a forte imprevisibilidade do momento, afirmando que o mundo já provou que tem capacidade para aguentar duas crises, destacando nomeadamente as resultantes de dois acontecimentos que não foram previstos nem por Governos, nem por organizações internacionais, nem por consultoras especializadas em análise de risco: a pandemia e a guerra na Ucrânia.

A capacidade de reação à mais recente crise, o conflito no Médio Oriente, é, como referiu, ainda imprevisível. Neste âmbito, Paulo Portas afirmou que “é preciso melhorar as nossas capacidades de avaliação de risco”, pois “uma coisa é gerir uma crise, outra coisa é gerir uma crise imprevisível”.

Feita a radiografia à atual situação económica em Portugal e no mundo, Paulo Portas referiu que “há uma acumulação de crises muito superior à capacidade internacional de as gerir. Em todo o caso, já o ano passado, por esta altura, se dizia que a economia ia ser pior e foi ligeiramente melhor”. Nesse sentido, terminou a sua intervenção recomendando a não acreditar em expectativas improváveis, nem no “pessimismo institucionalizado das consultoras. Pode ser que as coisas sejam mais razoáveis”.

 

Futuro da inteligência artificial

Seguiu-se a intervenção de Daniela Braga, fundadora e CEO da Defined.ai e perita do Fórum Económico Mundial, que abordou diferentes temas decisivos e mobilizadores da transformação digital, nomeadamente a complexidade da inteligência artificial nas suas variadas frentes, tais como Generative AI, Open AI e Conversation AI. Fazendo a ponte com a apresentação anterior, Daniela Braga apontou os Estados Unidos e a China como países que estão na vanguarda da inteligência artificial, explicando que “o resto do mundo não constrói, compra inteligência artificial”.

A fundadora e CEO da Defined.ai refletiu ainda sobre o crescimento exponencial de plataformas de inteligência artificial. Esta tecnologia é cada vez mais popular em diferentes sectores, deixando espaço para as empresas explorarem de forma criativa este novo recurso para atingir a inovação. Nesse sentido, sublinhou que a inteligência artificial começa nos dados, assim como a inteligência humana começa na escola. “Nunca mais o mundo será o mesmo e não há nenhuma empresa que não tenha de adotar esta ‘skill’, seja ela criada ou comprada”, acrescentou.

 

Sustentabilidade, inovação e transição digital

Posteriormente, no painel de debate moderado por João de Castro Guimarães, diretor executivo da GS1 Portugal, vários CEOs das empresas-membro dos órgãos sociais da GS1 Portugal refletiram sobre o futuro dos negócios, nomeadamente, Isabel Barros, administradora executiva da Sonae MC, António Casanova, CEO da Unilever Fima e Gallo WorldWilde, Anna Lenz, CEO da Nestlé, Rui Miguel Nabeiro, CEO do Grupo Nabeiro – Delta Cafés, e José Nogueira de Brito, Chief Commercial Officer da Jerónimo Martins.

Perante tantos desafios que o sector enfrenta nas diferentes dimensões, Isabel Barros destacou que “a sustentabilidade ajuda a mitigar o risco e a tornar o negócio mais eficiente”. No seu entender, é fundamental “personalizar o consumo do cliente, ajustando-o às necessidades do planeta”.

No mesmo âmbito, António Casanova, sublinhou que “temos claramente a noção de que a sustentabilidade é uma obrigação e que o consumidor espera que façamos isso, até mais do que ele próprio está disposto a fazer”.

Anna Lenz refletiu sobre o facto da adoção de práticas de sustentabilidade nas empresas se traduzir na redução da pegada ambiental e na minimização do consumo de recursos, o que, por sua vez, conduz ao aumento da eficiência energética e à redução do desperdício. Nesse sentido, a CEO da Nestlé afirmou que “é essencial munirmo-nos de informação sobre o que realmente tem impacto”.

Já de acordo com Rui Miguel Nabeiro, “as empresas têm a oportunidade para repensar alguma parte dos seus negócios e trazer valor acrescentado”, o que acarreta a “responsabilidade acrescida de estudar muito bem as matérias e repensar decisões”.

Por sua vez, José Nogueira de Brito destacou a importância de apoiar as PME, que necessitam de uma enorme capacidade de adaptação a novas circunstâncias e requisitos de “reporting” de sustentabilidade, assumindo riscos para conseguir dar resposta às necessidades do mercado. “As grandes empresas têm pessoas responsáveis por estes temas, mas as PME não têm, pelo que precisamos de ajudá-las”, contribuindo assim para uma cadeia de valor mais sustentável e eficiente, reforçou o Chief Commercial Officer da Jerónimo Martins.

 

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