A APCC – Associação Portuguesa de Centros Comerciais realizou o seu congresso anual, este ano subordinado ao tema NextGen Retail Ecosystem. Com a presença do secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços, Nuno Fazenda, a APCC Summit reuniu os maiores “players” do sector para refletir sobre os desafios, tendências e oportunidades do ecossistema de retalho organizado.
Durante o congresso, foi apresentado um estudo sobre o impacto socioeconómico do sector do retalho organizado em Portugal, que indica que cria perto de meio milhão de postos de trabalho em Portugal e que, em 2022, os centros comerciais registaram um volume de negócios de 9.770 milhões de euros. O estudo indica ainda que o sector contribui com 6,4% da receita do IVA em Portugal, que os portugueses continuam a privilegiar o contacto pessoal e que os centros comerciais se posicionam como alavancas do contacto pessoal.
NextGen Retail Ecosystem
O NextGen Retail Ecosystem explorou os desafios, tendências e oportunidades do ecossistema de retalho organizado, com foco na experiência do cliente, na evolução dos comportamentos do consumidor, nas estratégias “omnichannel”, no “phygital”, na inteligência artificial e na sustentabilidade.
A APCC Summit contou com keynotes de Daniela Braga, founder & CEO da Defined.ai, Howard Saunders, Retail Futurist, Carl Boutet, Business Strategist & Executive Advisor, Pedro Brinca, professor associado da Nova SBE, e Shish Shridhar, líder global de Retalho da Microsoft para Startups.
Impacto socioeconómico
Os centros comerciais são um catalisador para a regeneração urbana sustentável em Portugal, sendo um motor de desenvolvimento económico e social. Existem, em Portugal, 173 conjuntos comerciais, contando a APCC com 90 conjuntos comerciais como associados, num total de mais de 140 empresas associadas que integram cerca de oito mil lojas.
Os centros comerciais são responsáveis por cerca de 123 mil postos de trabalho diretos. O número de postos de trabalho indiretos associados ao sector ronda os 370 mil.
Os centros comerciais contribuem com 6,4% da receita do IVA em Portugal.
Sustentabilidade
85,5% dos operadores tem boas práticas de gestão de acordo com os objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU.
57,1% dos operadores já produz energia fotovoltaica ou está a desenvolver projetos na área. 52,8% é a taxa média de reciclagem na indústria. 50% dos centros comerciais tem certificado BREEAM, LEED ou WELL.
Em junho deste ano, a APCC – Associação Portuguesa de Centros Comerciais promoveu a assinatura de um Pacto para a Sustentabilidade, constituído por 10 compromissos, 21 medidas e 26 metas, que incorpora o compromisso de desenvolver uma influência positiva junto de todos os “stakeholders” para a integração de práticas sustentáveis em todos os aspetos das suas operações, desde o consumo de energia e água, passando pela gestão de resíduos até à responsabilidade social e viabilidade económica de longo prazo, bem como a gestão e sensibilização de toda a cadeia de valor.
Evolução recente do sector em Portugal
Em 2022, os centros comerciais registaram um volume de negócios de 9.770 milhões de euros, um crescimento de 8,4% em relação a 2019, o ano pré-pandemia que registou o recorde no sector.
O tráfego nos centros comerciais (visitas) está em crescimento e 2023 deverá apresentar números semelhantes a 2019, ano em que as visitas atingiram valores recorde.
Os centros comerciais recebem mais de 475 milhões de visitantes por ano.
Segundo o estudo desenvolvido pela REDUNIQ Insight para a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC), no primeiro semestre de 2023, a faturação com cartão nas lojas dos centros comerciais cresceu quase 11% em relação ao mesmo período de 2022, que foi um ano recorde nesta faturação.
No primeiro semestre de 2023, mais de um terço das compras (39%) realizadas com cartões nas lojas dos centros comerciais foi feito ao fim-de-semana. Também 39% foi realizado no período pós-laboral durante a semana.
As vendas das lojas dos centros comerciais a turistas representam já 11% da faturação.
Portugal será o quarto país da União Europeia com maior crescimento do peso do e-commerce até 2025.
As lojas físicas continuam a ter um papel fundamental na jornada do consumidor, sendo que os consumidores portugueses têm ainda preferência pelo contacto pessoal e os centros comerciais posicionam-se como alavancas do contacto pessoal.
A taxa de penetração de e-commerce é especialmente alta em países com restrições horárias nos centros comerciais.
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