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Retail parks e retalho alimentar ganharam protagonismo com a pandemia e vão surgir novos projetos em 2022

Foto Shutterstock

A CBRE antecipa um volume de investimento superior a três mil milhões de euros no sector imobiliário, em 2022, tendo em consideração as operações em curso e as que se preveem que sejam levadas a mercado.

O sector pode mesmo atingir um valor próximo do recorde de 3.750 milhões de euros, verificado em 2019, face ao interesse generalizado em todas as classes de ativos. No evento 2022 Portugal Market Outlook’ realizado nesta quinta-feira, dia 27 de janeiro, pela consultora, foram apresentadas as principais tendências do sector imobiliário para este ano nas áreas de investimento, escritórios, retalho, logística, hotelaria, ativos alternativos e habitação.

Iniciamos o ano de 2022 com otimismo e confiança. A segunda metade do ano anterior refletiu uma franca recuperação em todos os segmentos do imobiliário e, inclusive, máximos históricos em alguns indicadores, pelo que 2022 pode significar a aproximação, ou mesmo o regresso, aos níveis pré-pandemia na generalidade das classes de ativos. O contexto de elevada liquidez para investir no mercado imobiliário, aliado a uma procura sólida e ao aumento das rendas e dos preços de venda, assim como a um ‘pipeline’ interessante de novos projetos, permite-nos encarar o ano com uma perspetiva otimista e de crescimento”, afirma Francisco Horta e Costa, diretor geral da CBRE Portugal.

Volume de investimento

A CBRE prevê que o sector possa superar, novamente, os três mil milhões de euros em 2022, tal como sucedeu nos anos de 2018, 2019 e 2020, não sendo expectável que a inflação tenha um impacto significativo, dada a elevada liquidez já levantada pelos fundos para investir em imobiliário.

À semelhança do ano anterior, o segmento de escritórios deverá atrair o maior montante de capital e registar um crescimento de cerca de 30%, em 2022. Os hotéis irão, igualmente, verificar um elevado investimento, alavancado pela transação do portefólio da ECS, atualmente em negociação, e pela confiança na recuperação do turismo. Ao contrário do que se previa no início da pandemia, as vendas forçadas de hotéis deverão ser pontuais.

O maior destaque vai, no entanto, para o sector da logística, em que a rotação de portfólios e a venda de novas plataformas irá refletir-se num valor recorde de investimento.

Por outro lado, apesar de se esperar um interesse reduzido em centros comerciais, deverá haver uma procura maior para supermercados e retail parks, com contratos de arrendamento por períodos longos.

 

Retail parks e retalho alimentar

Em 2022, deverá verificar-se novamente um aumento nas vendas de comércio a retalho, ligeiramente acima do registado em 2021.

Nos centros comerciais, e de acordo com a ShopperTrak, verificou-se, em 2021, uma queda de 2,5% no número de visitantes, comparado com 2020, e ainda de 37% face a 2019.

Mais positivo foi o desempenho dos estabelecimentos de retalho geridos pela CBRE, onde se verificou um crescimento de 5,2% em visitantes e 11,3% em volume de vendas relativamente ao ano anterior, enquanto a diferença face a 2019 é de -23% e -16%, respetivamente.

A recuperação para os níveis de 2019 deverá ser mais rápida no volume de vendas do que no número de visitantes, prevendo-se um aumento gradual dos níveis de ocupação.

De igual modo, nos principais eixos de comércio de rua perspetiva-se uma evolução gradual positiva, em particular em zonas específicas muito dependentes de turistas, o que já se vem a verificar desde meados de 2021.

O comércio online disparou em 2020, ao alcançar um crescimento superior a 50%. Embora com uma subida mais moderada em 2021, deverá verificar, em 2022, um aumento na ordem dos 15% para uma taxa de penetração de 8% face aos 4,5% verificados em 2019.

A CBRE prevê que o negócio do retalho vá convergir num único conceito, conhecido como Phygital, a junção de físico e digital, onde as lojas online e as lojas físicas tradicionais se fundem para servir as exigências crescentes dos consumidores, em termos de conveniência, rapidez e custo.

No que diz respeito a novos projetos, existem atualmente quatro retail parks em construção, totalizando 45 mil metros quadrados, e outros seis, com aproximadamente 80 mil metros quadrados, estão em fase de análise, prevendo-se que a construção se inicie este ano.

Paralelamente, observa-se uma forte dinâmica na expansão das principais cadeias de retalho alimentar, tanto em formato de retail parks como em “stand alone” e loja de rua.

Manuel Sobreiro

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