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Recuperação de consumo fora de casa impulsiona 8% de aumento nos gastos com snacks e bebidas

O gasto global fora de casa (OOH) em snacks e bebidas não alcoólicas está agora muito próximo dos níveis do primeiro trimestre de 2020, com um aumento de 27% no último trimestre, graças a um desempenho particularmente forte na Europa e Brasil. Isto contribuiu para um aumento de valor combinado de 8% entre consumo para dentro do lar e OOH, considerando snacks e bebidas não alcoólicas.

De acordo com a Kantar, este é o quarto trimestre consecutivo em que existe uma tendência de crescimento positiva. No entanto, embora a recuperação tenha sido mais rápida do que o esperado, o valor proveniente do OOH ainda tem um caminho a percorrer, até serem restaurados os níveis pré-pandémicos. Esta é uma tendência geral, que acontece em todos os mercados – e a evolução na China, que parecia estar a liderar o crescimento no quarto trimestre de 2021, foi impedida pelo recente surto de Covid-19 e as medidas de confinamento.

Grande parte do crescimento em OOH e em compras para dentro do lar foi complementar: os compradores estão a manter os hábitos que criaram durante a pandemia, incorporando ocasiões OOH de volta às suas rotinas, sem perder os novos momentos de snacks e bebidas em casa. Será interessante ver as outras formas pelas quais a Covid-19 fez a diferença nos hábitos de consumo, sublinha a Kantar.

 

O valor está a ser impulsionado por pessoas que saem mais e compram mais

Apesar do “hype” sobre os recentes aumentos de preços impactarem o consumo e serem o principal impulsionador do aumento dos gastos, essa não é a história do OOH. Olhando para o Reino Unido, onde o valor cresceu mais rapidamente, com um aumento anual de 94%, verifica-se que quase metade desse crescimento veio de um aumento das ocasiões e um quinto das pessoas a comprarem mais unidades por cada ocasião. Os aumentos de preços não estão a desencorajar as pessoas a visitarem os estabelecimentos OOH para consumir bebidas e snacks.

Este não é o caso das compras para o lar, onde a inflação está a afetar as escolhas, resultando numa queda no valor, no primeiro trimestre, no Reino Unido. Os consumidores estão a fazer “downtrading”, visitando canais ou lojas mais baratas ou escolhendo marcas mais baratas para gerir os seus orçamentos cada vez menores.

Em geral, a recuperação dos gastos em OOH para níveis pré-pandemia estará dependente do canal Horeca, especialmente na Europa, onde é fundamental. Vendas em valor de snacks e bebidas através do Horeca cresceram 62%, no último ano.

 

Canais em transformação

Como consequência da mudança de OOH para o consumo dentro de casa, durante a pandemia, a estrutura do canal para consumo em casa permaneceu a mesma, enquanto em OOH parece estar a passar por uma transformação, pelo menos temporária.

Os restaurantes de serviço rápido (QSR) e os canais de impulso já estão quase de volta ao normal – um outro exemplo de como os consumidores estão a manter os comportamentos que estabeleceram durante os confinamentos. Os vendedores de rua e o comércio tradicional, cujos consumidores ainda podiam visitar enquanto outros estabelecimentos estavam fechados, também recuperaram mais rapidamente do que hipermercados, supermercados e lojas de conveniência.

Refrigerantes, café e gelado são as categorias que mais crescem em OOH. Gelado é a única categoria de snacking em que o equilíbrio de valor entre OOH e em casa foi totalmente restabelecido.Na verdade, a parcela de gastos OOH é maior do que era antes da pandemia.

 

Snacks salgados são a escolha número 1 em OOH

O mercado OOH é essencial para avaliar o desempenho da categoria de snacks salgados. Em geral, as categorias de snacking foram mais resilientes do que as bebidas, uma vez que houve uma diminuição menor no valor OOH, mas ao mesmo tempo um crescimento no consumo em casa, permitindo às famílias reproduzirem em casa as ocasiões que faziam fora.

Ainda assim, os gastos de snacks salgados em OOH ainda não regressaram aos níveis pré-pandemia, com uma quota de 26% do gasto combinado em OOH e para casa, em comparação com 28% no primeiro trimestre de 2020.

Por Bárbara Sousa

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