A marca A Leiteira está de volta ao mercado com uma oferta ampla de sobremesas lácteas. Um regresso que “esteve sempre em cima da mesa” e uma aposta que visa criar bases para a marca conquistar a liderança total do segmento de mousses, nos próximos anos. Para tal, conta, “para além do seu posicionamento de qualidade superior, know-how que se diferencia das outras marcas do nosso portfólio”. Palavras de Ricardo Lagoa, Group Brand Manager da Lactalis-Nestlé, que analisa o regresso da marca ao mercado nacional.
Grande Consumo – A que se deve o regresso d’A Leiteira ao mercado nacional? Quais os objetivos quantitativos e qualitativos associados a este lançamento?
Ricardo Lagoa – A Leiteira é uma das maiores marcas europeias na categoria de lácteos refrigerados e, de certa forma, o seu regresso esteve sempre em cima da mesa. Encontrámos agora uma oportunidade no segmento de sobremesas, que precisava de uma resposta que só A Leiteira poderia dar.
Em termos qualitativos, a possibilidade de alargar a oferta ao consumidor, tanto pela qualidade como pela variedade da oferta. Com A Leiteira, o mercado tem mais oferta de qualidade e indulgência. Em termos quantitativos, queremos trazer valor à categoria e ao segmento, assumindo o desafio de ser a marca a aportar esse valor extra.
Queremos conquistar a liderança do segmento de mousses e criar as bases para uma liderança total do segmento ,nos próximos anos.
GC – Trata-se de aposta certa, na altura certa? Com que expectativas olham para este relançamento da marca?
RL – Temos claro na nossa cabeça a oportunidade para A Leiteira, mas não podemos esconder que vivemos um contexto inflacionista e de transferência de consumo para marcas da distribuição. Em todo o caso, a inovação faz parte do ADN da Longa Vida e é assim que encaramos o lançamento de A Leiteira.
Apesar disto, não se trata apenas de um salto de fé. Especialmente em contextos mais adversos, as marcas com ofertas relevantes e diferenciadoras, como A Leiteira, florescem.
GC – O que é este lançamento vem aportar ao portfólio da Lactalis-Nestlé? Quer em termos de marca, quer em termos de produtos? Era a marca que faltava ao portfólio detido e explorado, em Portugal?
RL – O primeiro grande impacto fez-se sentir na motivação e união da empresa. Ficámos muito felizes por relançar uma marca tão forte e o projeto uniu, ainda mais, a Longa Vida.
A marca completa o nosso portfólio no sentido em que nos permite aspirar à liderança em sobremesas, para além do seu posicionamento de qualidade superior e know-how que se diferencia das outras marcas do nosso portfólio.
GC – A Leiteira é, no espaço europeu, a marca número um da Lactalis-Nestlé em termos de vendas em valor. É essa a visão e objetivos associados ao relançamento da marca no mercado nacional? Ser o número um na categoria também em Portugal?
RL – Para já, o objetivo passa por atingir a liderança no segmento de sobremesas. A marca tem um potencial enorme para levar o segmento de sobremesas, e de indulgência no geral, para outro patamar. Sabemos que tem grande potencial de crescimento e vamos saber maximizá-lo, passo a passo ,e coordenando com o restante portfólio de marcas.
Para já, o objetivo passa por atingir a liderança no segmento de sobremesas. A marca tem um potencial enorme para levar o segmento de sobremesas, e de indulgência no geral, para outro patamar
GC – As mousses ganham particular relevo nesta nova gama. A que se deve este facto? Oportunidade? Tendência? Certeza no produto?
RL – O peso e a dinâmica dos subsegmentos foram importantes na definição de que este seria o nosso “core”, mas tão ou mais importante foi percebermos que teríamos nas mousses e mousses crocantes produtos que podem fazer a diferença e apaixonar os consumidores.
GC – Por outro lado, os sabores tradicionais portugueses, como o pudim flan e o arroz-doce, também são considerados nas nove referências escolhidas para abordar o mercado nacional. Atendendo ao cariz internacional da marca, como se equilibram os perfis de produto com maior apetência local, com aqueles que são transversais como, por exemplo, as mousses de chocolate? Como se consegue “espaço” para trabalhar com sabores locais uma marca transversal a outros destinos europeus, como é caso d’A Leiteira?
RL – Um dos maiores trunfos do grupo, e desta marca em particular, é a capacidade de atender às necessidades locais. Exige alguma coordenação e algum esforço negocial interno, mas sabemos que, a nível industrial, conseguimos responder a uma estratégia de presença em diferentes subsegmentos com uma variedade de sabores, que vão desde os mais globais aos mais tipicamente portugueses.
Podemos também conseguir exportar alguns dos nossos sucessos, poderemos ver no futuro receitas portuguesas nos mercados europeus.
GC – Este é o principal lançamento da Lactalis-Nestlé para este ano?
RL – Sim, sem dúvida. Tanto pelo lado emocional, como pelo impacto no nosso negócio. Entramos num novo segmento e conseguimos a valorização do nosso mix de produtos.
GC – A caminho dos 50 anos enquanto marca, A Leiteira atingiu a sua maturidade? Este portfólio é sinal dessa respetiva consolidação enquanto marca?
RL – Sendo uma marca ligada a sobremesas e iogurtes indulgentes, ou seja, uma marca ligada à criação de momentos de prazer, essa maturidade é difícil de atingir. Os consumidores e os clientes procuram constantemente inovação, novas experiências e A Leiteira procura responder a essa procura. O melhor exemplo é o facto de, neste lançamento, introduzirmos as mousses crocantes, inovando dentro o segmento mais “core”. O portfólio atual revela a facilidade da marca em se estabelecer em vários subsegmentos, temos essa força e temos um “pipeline” de inovação muito rico.
GC – O que seria um bom fecho de 2022 para a marca?
RL – Não entrando no detalhe de valores absolutos, diria liderança QM em mousses e estabelecer os nossos principais SKUs como top de ROS em cada subsegmento.
Depois, é fundamental a entrega de valor aos nossos clientes. Contamos, no final do ano, ser a principal fonte de crescimento em valor da categoria, indo, assim, ao encontro de um dos grandes desafios dos nossos parceiros retalhistas.
Se tal acontecer, o consumidor estará a demonstrar que A Leiteira é importante na categoria e uma aposta ganha. Espero, no final de 2022, estar a confirmar estes dados e que sejam a recompensa para todos os departamentos que já fazem d’ A Leiteira um sucesso.