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A fragmentação económica constitui uma ameaça para o Produto Interno Bruto (PIB) mundial, com o potencial de lhe subtrair até 7%, o equivalente à soma das economias alemã e japonesa.
O alerta é dado pela diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, no seu mais recente artigo publicado no blogue do organismo, no âmbito do Fórum Económico Mundial, que se está a realizar em Davos, na Suíça.
Especificamente, Kristalina Georgieva salienta que o custo, a longo prazo, da fragmentação geoeconómica poderá variar entre 0,2% da produção global, num cenário de fragmentação limitada, e quase 7%, num cenário severo. Além disso, se se acrescentar a dissociação tecnológica, alguns países poderão sofrer perdas até 12% do PIB.
Impacto
A fragmentação poderá ter um impacto ainda maior se, para além dos aspetos já referidos, afetar a migração transfronteiriça, a redução dos fluxos de capitais e levar a uma queda acentuada da cooperação internacional. Neste cenário, os países mais afetados seriam as pequenas economias de mercado aberto, especialmente na maior parte da Ásia, devido à sua forte dependência do comércio aberto.
Para travar o processo de fragmentação global, o FMI aponta para a necessidade de reforçar o sistema de comércio internacional, a começar por uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC). Kristalina Georgieva sublinha a importância de reforçar as cadeias de abastecimento e alerta para a forma como as políticas de deslocalização da produção podem deixar os países mais vulneráveis a crises.
Ação climática
A economista instou também os países a intensificarem a ação climática, salientando que um fator diferenciador poderia ser o estabelecimento de um mínimo internacional de carbono, entre os principais países emissores, bem como o aumento do financiamento climático, para ajudar os países vulneráveis a adaptarem-se.