O valor das exportações de frutas, legumes e flores aumentou 8,3% no primeiro semestre, atingindo um total 1.036.728.509 euros. Esta é a primeira vez que as vendas internacionais deste sector ultrapassam, nos primeiros seis meses do ano, a barreira dos mil milhões de euros.
Mais de 80% das vendas foi efetuado para países da União Europeia. Espanha pesa 33% nas exportações e é o principal mercado das frutas, legumes e flores nacionais. Seguem-se França (14%), Países Baixos (13%), Alemanha (8%), Reino Unido (7%), Bélgica (4%) e Japão (3%).
O maior crescimento, em valor, das exportações foi registado nos hortícolas (mais 24% em comparação com o primeiro semestre de 2022) e pelas preparações de produtos hortícolas e de frutas (subida de 18%). Já as frutas registaram um decréscimo nas exportações de 3% face ao primeiro semestre de 2022. A mesma tendência foi seguida pelas plantas ornamentais e flores (descida de 3%).
Volumes descem
Analisando as vendas internacionais por quantidade, verifica-se uma descida de 12,9%, explicada pela redução significativa de algumas produções, resultante das alterações climáticas. A quebra mais acentuada em termos de volume deu-se nas plantas ornamentais e flores (menos 24%). Frutas e hortícolas registaram ambos um decréscimo de 18%.
A Portugal Fresh, associação para a promoção das frutas, legumes e flores de Portugal, sublinha que os resultados alcançados pelo sector contrariam a tendência de queda do valor das exportações globais de bens que Portugal registou no primeiro semestre, confirmando a importância estratégica do sector agroalimentar para a economia nacional. “As frutas, legumes e flores produzidas em Portugal são cada vez mais valorizadas nos mercados internacionais e esta evolução positiva nas exportações é o resultado de um trabalho feito pelo sector, cada vez mais moderno e tecnológico, virado para o mercado e que investe muito no conhecimento e inovação. Reafirmamos, mais uma vez, a necessidade de valorizar o sector agroalimentar, através da adoção, por parte do Governo, de políticas de gestão efetivas de recursos fundamentais, como a água, e apoios mais eficazes, desenhadas para as reais necessidades dos produtores e das empresas, e que não permaneçam sempre exíguas quando comparadas com as adotadas pelos governos dos países da latitude sul da Europa”, defende Gonçalo Santos Andrade, presidente da Portugal Fresh.
O responsável acrescenta ainda que “as empresas exportadoras têm efetuado uma abordagem cada vez mais profissional na valorização dos seus produtos, apostando na promoção internacional, em marca e na maximização do valor acrescentado dos seus produtos, mesmo num contexto de incerteza nos mercados e com desafios crescentes na produção, muitas com redução significativa de quantidade, resultantes das alterações climáticas”.
Valores recorde em 2022
Em 2022, as exportações portuguesas de frutas, legumes e flores ultrapassaram, pela primeira vez, a barreira dos dois mil milhões de euros. Os principais produtos exportados foram o tomate processado (330 milhões de euros), os pequenos frutos (260 milhões de euros), os citrinos (172 milhões de euros), as peras (111 milhões de euros) e o tomate fresco (79 milhões de euros).