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Escritórios, hotéis e retalho serão as áreas com maior investimento imobiliário em 2023

imobiliário

A Cushman & Wakefield apresentou o “Marketbeat Primavera 2023”, uma publicação semestral que vai na sua 40.ª edição e resume a atividade do mercado imobiliário nacional em 2022, bem como destaca as principais tendências que irão marcar o mercado, em 2023. Segundo Eric van Leuven, diretor geral da consultora em Portugal, “o cenário económico que se vive na Europa, a que o mercado português não será imune, irá fazer com que a atividade esteja mais contida. E temas como a habitação continuarão a gerar discussão ao longo do ano, uma vez que as medidas anunciadas dificilmente serão suficientes para colmatar a falta de oferta”.

Por outro lado, impulsionado pelo  desempenho do turismo, o sector hoteleiro irá continuar em expansão, bem como a área de escritórios. O retalho também será uma das áreas com maior investimento em 2023, “com os retalhistas a criarem conceitos e experiências inovadores e centralizados na satisfação do consumidor. Por fim, no centro das atenções de ocupantes e investidores de todo o mercado estará a temática da sustentabilidade e de critérios ESG, refletindo a crescente preocupação de respeitar estas políticas nos imóveis ocupados e/ou em fase de construção”, acrescenta.

 

Escritórios

Em 2022 o mercado de escritórios da Grande Lisboa registou uma recuperação expressiva, para a qual contribuíram várias ocupações de grande dimensão, tendo sido transacionados 272 mil metros quadrados, um máximo histórico, enquanto no Grande Porto o sector de escritórios registou uma relativa estabilidade, com 58.500 metros quadrados transacionados, num aumento homólogo de 3%.

Contudo, apesar do aumento da atividade, a taxa de desocupação aumentou ligeiramente 1,1 pontos percentuais (p.p.), para os 6,9% na Grande Lisboa e no Grande  Porto corrigiu em baixa, em 0,6 p.p., para os 8,3%.

O mercado de escritórios irá verificar uma estabilização dos valores de arrendamento em todas as zonas e irá existir um aumento da disponibilidade, devido a um ligeiro incremento da taxa de desocupação, fruto do início de construção e conclusão de alguns imóveis com dimensão e, também, de alguma área libertada para subarrendamento por parte de alguns dos maiores ocupantes do sector tecnológico, que atravessam uma fase de redução de ocupação, após três anos de acentuada expansão.

A gestão do modelo de trabalho também irá impactar o mercado, uma vez que irá fazer com que as organizações repensem a organização dos seus espaços, com o intuito de passarem a ser vistos como pontos de encontro, colaboração, aprendizagem e partilha.

 

Retalho

O sector de retalho consolidou, em 2022, a recuperação da crise pandémica, com o volume de vendas a retalho a registar um crescimento homólogo de 5,8% e a inauguração de 44.700 m²etros quadrados de ABL no segmento de conjuntos comerciais.

A procura de retalho agregada pela Cushman & Wakefield registou estabilidade em 2022, com 560 novas aberturas e uma área total estimada de 265.000 metros quadrados. O comércio de rua manteve a primazia, representando 64% do número de operações, enquanto os segmentos de retail parks e unidades stand alone registam cada vez maior interesse, representando, em conjunto, 16% das operações. O sector da restauração manteve o domínio (45% das novas aberturas), destacando-se ainda o aumento da categoria “outros”, por influência do crescimento em 75% das unidades de mobiliário, decoração e bricolage.

Na área do retalho, 2023 será marcado pela mudança de conceitos das lojas e a sinergia entre o físico e o digital, com o intuito de privilegiar a experiência do consumidor. Antecipa-se que surjam novos tipos de “concept stores”, que privilegiam layouts e experiências personalizadas, e que as lojas sustentáveis e de economia circular ganhem um maior peso, tendo em conta a relevância dos critérios ESG. A par disso, o metaverso poderá ser utilizado por alguns retalhistas para capitalizar vendas, tal como podem vir a ser adotadas políticas de preços flexíveis e mais resistentes a qualquer tipo de conjuntura económica.

 

Hotelaria

A evolução dos indicadores turísticos, ao longo de 2022, evidenciou a recuperação da atividade hoteleira, com aumentos significativos face ao ano anterior. O número de hóspedes e dormidas registou aumentos homólogos a rondar os 90%, particularmente por influência do crescimento dos visitantes estrangeiros, atingindo níveis similares a 2019. Os proveitos da operação na hotelaria verificaram igualmente subidas acentuadas, particularmente nos proveitos totais, que mais do que duplicaram, face a 2021, e superaram, em 15%, os valores de 2019. Foram inaugurados mais de 50 projetos hoteleiros, num total de 2.910 quartos, mais de metade com classificação 4
estrelas.

A tendência de expansão da oferta hoteleira irá continuar nos próximos anos, com perto de 130 projetos com abertura prevista até 2025, o que irá representar 11.300 quartos, maioritariamente, em hotéis de 4 e 5 estrelas (30% e 33%, respetivamente), localizados sobretudo nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto.

Apesar do aumento do custa de vida, o desejo de viajar e continuar a fazer turismo irá permanecer, sendo que os segmentos de luxo e baixo custo estarão menos expostos a oscilações.

Desta forma, os investidores continuarão a apostar na forte recuperação e nas perspetivas de crescimento continuado do segmento de lazer e “lifestyle” e irão procurar conceitos de hotelaria menos convencionais, tornando cada vez mais integrados conceitos de hotel com estadias de longa duração, co-living, acomodação de estudantes e residencial.

Por Bárbara Sousa

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