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Investimento imobiliário em Portugal regista abrandamento de 8% no primeiro semestre

O mercado de investimento imobiliário comercial português fechou a primeira metade do ano com um volume de investimento total de 765 milhões de euros, observando uma descida de 8% comparativamente ao mesmo período do ano 2022, indica a Savills. No total, foram fechadas 37 transações, número em linha com as transações fechadas no período homólogo de 2022.

O segmento de Hospitality somou um total de 273 milhões de euros, exercendo um peso de 39% no volume total de investimento, seguido pelo segmento de retalho, que ocupa o segundo lugar na tabela, com um montante total de investimento na ordem dos 263 milhões de euros e um peso de 38% no volume total de investimento.

Face ao primeiro trimestre do ano, no segundo trimestre verificou-se um aumento de 77% no volume total de investimento. Ainda assim, é importante notar que 50% dos 489 milhões de euros transacionados são referentes à venda do portfólio dos hotéis Dom Pedr,o no valor de 250 milhões de euros, à gestora de ativos britânica Arrow Global.

Os fundamentais de mercado que regeram os primeiros seis meses do ano deverão permanecer até ao final de 2023, com o quadro das taxas de juro em alta a continuar a exercer maior pressão sobre as expectativas de retorno dos investidores, gerando maior demora nos processos de decisão. Não obstante, o mercado continua a registar elevada liquidez para investir no sector imobiliário. Os ativos de escritórios e industriais e logísticos permanecem como classes de interesse para os investidores, no entanto, a falta de produto ‘core’ e as expectativas dos vendedores limita o fecho de transações nestes mercados. Por outro lado, os ativos ‘value-add’ e de ‘development’ – estes últimos vocacionados para o desenvolvimento de projetos residenciais, alternativos (Operational Capital Markets) e de hotelaria – permanecem bastante apetecíveis para os investidores”, aponta Paulo Silva, Head of Country, Savills Portugal.

 

Indústria e logística

No final do primeiro semestre, o mercado industrial logístico nacional observou um volume de absorção total aproximadamente 308 mil metros quadrados, o que representa um aumento muito expressivo de 93% face ao período homólogo de 2022.

Na região da Grande Lisboa, o primeiro semestre encerrou com um volume de absorção sensivelmente acima dos 131 mil metros quadrados, com a performance do primeiro trimestre a ser determinante para os resultados alcançados. Os eixos logísticos de Alverca-Loures e Azambuja-Vila Franca de Xira registaram os maiores volumes de absorção, com 66.264 metros quadrados e 31.025 metros quadrados, respetivamente. No total, foram fechadas 21 operações, sendo que 57% das mesmas foi direcionado para a ocupação de ativos logísticos e as restantes destinadas a ocupação de armazéns.

Entre os projetos que merecem maior destaque estão o Parque Logístico de Benavente com 90 mil metros quadrados, o Montepino Castanheira do Ribatejo com 100 mil metros quadrados e o VGP Sintra, que disponibilizará 24 mil metros quadrados de modernas instalações logísticas. Adicionalmente, em 2025, é expectável a conclusão do Panattoni Park Loures com 90 mil metros quadrados.

No primeiro semestre do ano, o mercado do Porto e Norte apresentou resultados muito promissores, com um volume total de absorção de 110 mil metros quadrados. Para os anos de 2023 e 2024, o mercado de indústria e logística na região do Grande Porto apresenta um “pipeline” de aproximadamente 130 mil metros quadrados, particularmente concentrado nas áreas de mercado da Trofa – Famalicão, Valongo e Maia. É de salientar que mais de 40% deste novo stock já se encontra pré-arrendado, o que reforça a forte procura do mercado e a confiança das empresas na região.

Um dos projetos proeminentes que contribui para o crescimento do mercado é o Panattoni Park Valongo, que vem acrescentar 75 mil metros quadrados ao stock.

Apesar do clima económico incerto, o segmento industrial e logístico tem verificado um crescimento bastante expressivo em Portugal. A escassez de imóveis disponíveis e de espaços para construção, associadas a uma elevada procura, são os maiores desafios do sector atualmente. No entanto, estes fatores potenciam também uma maior atenção a este segmento do imobiliário, com o aumento de projetos que oferecem padrões de qualidade mais elevados”, sublinha Pedro Figueiras, Head of I&L da Savills Portugal.

 

Retalho

As vendas a retalho em Portugal cresceram 3,1%, em termos homólogos, em maio, o que representa uma subida de 0,6 pontos percentuais face a abril de 2023 (2,5%), tendo-se registado o maior aumento anual dos últimos quatro meses. O segmento dos produtos alimentares registou um aumento de 2,8%, enquanto os produtos não alimentares subiram 3,2%.

O comércio eletrónico é um dos agentes responsáveis pelo crescimento do segmento, com uma previsão de receitas na ordem dos 4,72 mil milhões de euros em Portugal, até ao final de 2023. Até 2027, este parâmetro deverá alcançar um volume de 7,36 mil milhões de euros. Paralelamente, até 2027, espera-se ainda que o número de utilizadores de comércio eletrónico em Portugal ascenda a 5,82 milhões.

De acordo com um levantamento realizado pela Savills Portugal, registaram-se 119 aberturas de novas lojas no primeiro semestre do ano, sendo que a grande maioria (56%) pertence ao sector da restauração, seguido do sector da moda e acessórios (25%).

Após dois anos de fortes restrições, o retalho emergiu em 2023 num novo contexto. A vida mudou, a tipologia de cliente e as suas necessidades mudaram e o retalho tem vindo a adaptar-se de forma resiliente e surpreendente. Como sabemos, um dos principais fatores de sucesso da atividade de retalho em Portugal é o turismo, que alavancou de forma inequívoca o crescimento da oferta de restauração, sobretudo nas cidades de Lisboa e Porto”, realça José Galvão, Head of Retail, Savills Portugal.

 

Turismo

Até junho, registaram-se mais de 34 milhões de dormidas em Portugal, o que representa um crescimento de cerca de 11% e um recorde no número de dormidas acumuladas no primeiro semestre do ano face a igual período de 2019 (30,8 milhões). Os estrangeiros representam 71% do total de estadias até agora, enquanto o turismo doméstico reflete os outros 29%.

Durante o primeiro semestre do ano, Portugal recebeu um total de 13,6 milhões de hóspedes. No que diz respeito à evolução dos turistas no país, registou-se um aumento de 10% no número acumulado de viajantes na comparação entre os números do primeiro semestre de 2023 e do primeiro semestre de 2019 (12,2 milhões).

Na primeira metade do ano, abriram 59 novas unidades hoteleiras, num total de 2.800 quartos, sendo que 80% destes novos alojamentos estão localizados na Região da Grande Lisboa, Alentejo, Porto e Região Norte.

Devido à excelente performance e recuperação dos KPIs do turismo nacional, o sector de Hospitality é cada vez mais um destino de investimento apetecível e os números demonstram isso mesmo. O sector continua a inovar e a atrair um leque cada vez mais diversificado e sofisticado de grupos hoteleiros e gestoras de ativos internacionais que pretendem expandir e diversificar as suas carteiras de ativos. Portugal está no radar destes investidores, que procuram produto de qualidade, sustentável e competitivo”, sublinha Luís Clara, Associate, Capital Markets, Savills Portugal.

 

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