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“Construir e promover a marca Portugal”

A plataforma Portugal Agora juntou responsáveis de marketing e comunicação, gestores e sector público para debater a promoção da “marca” Portugal. A conferência teve como propósito a partilha do trabalho deste grupo informal, destinado a pensar Portugal enquanto “produto” em fase de crescimento e afirmação e debater prioridades para tornar esta marca forte, única e atrativa, com vantagens competitivas no contexto global.

Carlos Sezões, coordenador da plataforma, justifica a relevância da iniciativa para procurar respostas com o objetivo de potenciar a projeção do país internacionalmente, afirmando que “queremos ser bons influenciadores, criar conteúdo tangível e um lóbi positivo”.

O debate contou com a participação de Carla Pereira, Marketing & Communication Manager da DPD Portugal, Hugo Jorge, Marketing Director da LG Electronics, João Dias, administrador da aicep Portugal Global, José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, Lídia Monteiro, General Director of Marketing and Promotion do Turismo de Portugal, Nelson Teodoro, Marketing Director da Novabase, e Tânia Marques, Marketing & Communication Director da PHC.

Face a um contexto de transformação, as marcas e as empresas são confrontadas com novos desafios e circunstâncias. Tânia Marques destaca o facto de nos encontramos “no centro de uma revolução digital e tecnológica e da consequente necessidade de viver o melhor de dois mundos, num conceito de Tech meet Human”. Nesta realidade digital, surge como fundamental conseguir retirar partido da captação de nómadas digitais, num momento em que “Lisboa está classificada como a segunda cidade de eleição entre esta tipologia de profissionais”, potenciar infraestruturas existentes e oportunidades empresariais e turísticas para transformar localidades em “digital hubs” e aliar a inovação ao que fazemos de melhor, nomeadamente produtos artesanais, enquanto fator de posicionamento e diferenciação.

Neste contexto de mudança, também a perceção externa de Portugal tem vindo a sofrer uma evolução, como aponta Hugo Jorge. “Portugal está no 46.º lugar do ranking global do World Bank – se fosse uma empresa, estava avaliado em 160 mil milhões de euros -, está em 25.º lugar no ranking mundial Future Brands Countries de 2019, enquanto em 2008 estava fora do top 50”. Para esta transformação no modo como somos vistos lá fora teve um significativo impacto o exponencial crescimento da procura turística, “Portugal está na moda no turismo e a atividade turística tornou-se numa das principais receitas do país”.

 

O contributo do Turismo

O papel central ocupado pelo turismo e a conquista de importância do mesmo em anos recentes foram justificados por Lídia Monteiro pela existência de “um trabalho consistente, inspirado em dois valores essenciais do país e dos portugueses: o humanismo e a universalidade”. Esta perceção de Portugal como um destino aberto ao mundo e à diferença torna-se atrativa para marcas, que procuram associar-se a estes atributos: “Portugal acrescenta valor às marcas”.

O investimento na consolidação de infraestruturas foi referido por José Theotónio como fundamental, que identifica também algum trabalho ainda a desenvolver. “A abertura das linhas aéreas foi uma vantagem e uma alavanca importantíssima, mas também um entrave pois não tem capacidade de escoamento”. A resolução deste tipo de problemáticas possibilitaria tirar partido de um país com características muito atrativas para o turismo, com profissionais qualificados, qualidade de vida e um nível muito elevado de satisfação, onde existem ainda fatores de riqueza e eixos de desenvolvimento possível nas áreas do ecoturismo e do turismo sustentável, do turismo literário e do turismo premium.

Potenciar a marca Portugal

O grupo de trabalho reunido nesta conferência deixou sugestões no sentido de potenciar as características distintivas encontradas no país e entre os portugueses e cumprir a meta de alavancar a “marca Portugal”. Carla Pereira ressalvou a importância de explorar um “marketing sensorial” associado a produtos já reconhecidos a nível global, como o azeite, a cortiça e o cavalo lusitano, e “colocar produtos tradicionais de novo no mercado, alcançando o mercado da saudade, portugueses radiados no estrangeiro e oportunidades em geografias relevantes, como é o caso do mercado chinês, assumindo a tradição como a nova riqueza, marca e beleza do país”. Já a criação de uma “plataforma de apoio à operação no desenvolvimento de empresas de base tecnológica, enquanto meio para atrair talento e ideias”, foi apontada por Nelson Teodoro como uma solução possível sustentada numa logística que permita sediar empresas, apoiar as empresas nas suas componentes financeira e administrativa, simplificar a atribuição de vistos e capacitar o desenvolvimento do sector tecnológico.

A discussão realizada contou ainda com o contributo de João Dias e a apresentação da promoção das vantagens competitivas de Portugal realizada pela organização. “Ao longo das últimas três décadas, o paradigma do investimento em Portugal alterou-se significativamente”, com o país a tornar-se um destino por excelência de projetos integrados nas áreas de engenharia, TI e digital. Portugal é hoje encarado como um exemplo de “benchmarking” internacional no que respeita a talento e inovação, na capacidade de inovar, qualidade de instituições de pesquisa científica e parceria em I&D entre universidades e empresas, sendo o país um “ecossistema para startups”.  A esta nova realidade junta-se, ainda, um cenário de investimento em energias renováveis, infraestruturas melhoradas e a qualidade de vida encontrada por profissionais aqui localizados.

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