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Ciberataques: queixas dos consumidores duplicaram em 2021

Os ataques informáticos aumentaram durante a pandemia. Segundo os dados mais recentes do Gabinete de Cibercrime da Procuradoria-Geral da República (PGR), as denúncias de cibercrimes duplicaram em 2021, chegando às 1.160, mais do dobro do que no ano anterior (544).

O Portal da Queixa registou a mesma tendência crescente através das reclamações recebidas na sua plataforma. Só relativas a burlas online, foram mais de seis mil no ano passado.

 

Literacia digital

A literacia digital é a melhor arma para combater o crime informático, defende o Portal da Queixa, reforçando alguns alertas junto dos consumidores para terem uma presença informada e segura no meio digital.

Só este ano, registaram-se ataques à página de Internet da Assembleia da República, ao Grupo Impresa (SIC e Expresso), à Cofina (Record, Correio da Manhã, CMTV, Sábado e Jornal de Negócios) e, agora, à Vodafone.

O investimento em cibersegurança passará a ser uma prioridade vital para empresas, marcas e organizações e, para os consumidores, o caminho apontado pelo Portal da Queixa é o de construir uma forte literacia digital. Para a maior rede social de consumidores de Portugal, estar alerta, informado e ter consciência da situação podem mesmo fazer toda a diferença. A ideia passa por saber reconhecer cenários duvidosos e fraudulentos e saber como agir quando se é vítima de algum esquema de burla”, indica em comunicado.

 

Como agir

Nesse sentido, o Portal da Queixa deixa alguns conselhos. Ter a mesma password para tudo é ser um alvo fácil. Hoje em dia, existem plataformas seguras, como o Lastpass ou o 1password, por exemplo, onde se podem guardar as passwords e, assim, evitar usar sempre a mesma. Pode-se ainda aceitar as passwords geradas pelo Google e guardá-las em plataformas para o efeito.

Não se deve ignorar as atualizações de software. Demoram apenas alguns minutos e são uma importante ação que vai permitir atualizações de segurança e das configurações de privacidade. Contribuem para a segurança, não só, de quem está a trabalhar remotamente, bem como para a proteção da empresa.

Nunca abrir mensagens de alerta de remetentes ou números desconhecidos, sobretudo se convidam a abrir um link ou a partilhar dados pessoais. As mensagens de alerta (supostas dívidas, pagamentos em atraso, alerta de cancelamentos) são uma prática comum em ataques de phishing. No caso dos e-mails, e tal como alerta a Autoridade Tributária, deve-se confirmar sempre o remetente de um e-mail que pareça duvidoso.

Se se receber uma mensagem de alguma entidade ou marca reconhecida, que convida à abertura de um link, não se deve fazer. No caso dos websites, há que certificar sempre de que são verdadeiros e não duplicados. Uma forma fácil de comprovar se o site é fidedigno e seguro é perceber se este tem certificado SSL (se o site tem HTTPS e um cadeado na barra do endereço).

Os dados mais recentes do Gabinete de Cibercrime da PGR dão conta que as denúncias de cibercrimes duplicaram no ano passado. Em 2021, o aumento foi ainda mais expressivo do que tinha sido em 2020, com 1.160 denúncias recebidas, contra as 544 de 2020. Em 2019, tinham sido 193.

São também cada vez mais comuns os ataques via redes sociais. A duplicação de perfis de marcas, celebridades ou influencers é real. Existem perfis falsos de Giveaways, que levam as pessoas a deixarem os seus dados pessoais ou cartão de crédito em plataformas desconhecidas. Existem perfis que enviam mensagens em massa a anunciar que se foi o vencedor ou mesmo os que oferecem produtos diretamente. Em todos eles, há algo que os denuncia: por norma, o discurso é duvidoso, têm erros de português, já que muitas vezes a tentativa de ataque é feita por hackers internacionais e que pedem sempre dados do cartão de crédito ou para subscrever alguma plataforma que leve à partilha de tal informação.

Os bancos já estão atentos a situações de fraude, motivo pelo qual têm vindo a criar, cada vez mais, mecanismos de segurança na ativação de cartões. No entanto, a duplicação de cartões ou o extravio de dados ainda é um problema por resolver. Quem foi vítima de phishing, deve cancelar imediatamente todos os seus cartões e alertar o banco sobre o sucedido.

À mínima dúvida, há que denunciar sempre e partilhar a experiência. A reclamação no Portal da Queixa não só alerta a marca sobre o que está a acontecer, como também ajuda outros consumidores a perceberem que podem estar prestes a ser alvo de fraude. Uma reclamação tem ainda o poder de levar a marca a pensar em soluções, por exemplo, reforçar a segurança do website, entre outras, de forma que este continue a ser seguro para os utilizadores.

 

Sites falsos

Recorde-se que, ainda em janeiro, o Portal da Queixa alertou para um aumento de reclamações que denunciavam sites falsos que usavam o nome da marca de vestuário Tiffosi, num esquema semelhante ao que já tinha sucedido à Stradivarius, em novembro do ano passado. Este último voltou a ser denunciado recentemente, com múltiplas queixas de pessoas burladas através de websites falsos das marcas do grupo Inditex, como a Zara, Pull&Bear, Massimo Dutti e onde consta também a Stradivarius.

De referir que o último Relatório Anual de Segurança Interna (RASI) já alertava para os ciberataques contra infraestruturas críticas portuguesas, com o objetivo de “aceder a informação classificada com valor político e económico“.

Os dados mais recentes do Gabinete de Cibercrime da PGR dão conta que as denúncias de cibercrimes duplicaram no ano passado. Em 2021, o aumento foi ainda mais expressivo do que tinha sido em 2020, com 1.160 denúncias recebidas, contra as 544 de 2020. Em 2019, tinham sido 193.

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