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Borgonha e o Rhône representam perspetivas atrativas para diversificar carteiras de vinhos finos

Cerca de 300 portugueses já investem em vinhos finos com o britânico Grupo OENO, que prevê um retorno médio anual entre 10% a 15%. A empresa já tem espaço em Portugal e prepara-se para abrir as portas em Lisboa, mas só para investidores. Vendas para canal Horeca só no Reino Unido.

“O vinho fino está a tornar-se num mercado de compradores. O panorama do investimento em vinhos finos mudou ultimamente a favor do comprador”. Quem o diz é Suthagar McNamara-Rajeswaran, diretor de Desenvolvimento Empresarial do Grupo OENO, que trabalha na área do investimento em vinhos finos.

Estas informações interessam também aos clientes portugueses que a empresa já tem e que ascendem às três centenas. A oferta finita de cada colheita assegura que os vinhos se tornarão, por natureza, cada vez mais escassos ao longo do tempo, conduzindo potencialmente a uma futura valorização dos preços. Consequentemente, regiões como a Borgonha e o Rhône representam agora perspetivas atrativas para diversificar as carteiras de vinhos finos.

 

Evolução do investimento em vinhos finos

No panorama do investimento em vinhos finos, 2023 foi influenciado por fatores económicos e geopolíticos que incluem o culminar da pandemia e a guerra na Ucrânia, as flutuações da inflação e as mudanças nos valores das moedas, que se refletiram numa remodelação do mercado do vinho fino.

Este registou um aumento extraordinário durante a pandemia e o início da guerra na Ucrânia. “Após a era Covid, havia um reservatório de poder de compra à espera de ser libertado”, explica Suthagar McNamara-Rajeswaran.

Este aumento provocou uma subida significativa dos preços, nomeadamente em regiões vinícolas como Champagne e Borgonha, onde os preços subiram 50,8% e 27%, respetivamente. No entanto, o diretor de Desenvolvimento Empresarial do Grupo OENO recorda que “nenhum mercado ou ativo mantém um crescimento ininterrupto indefinidamente; há sempre ciclos e o sector dos vinhos finos está atualmente a atravessar um período de correção”.

De facto, este ano, deu-se início a uma fase de ajustamento, com os preços do champanhe a sofrerem um declínio de 5,3% desde a conclusão do segundo trimestre de 2022, seguido de uma queda de 10% no primeiro semestre de 2023. Esta correção de preços criou “oportunidades aliciantes” para os investidores que procuram entrar no mercado dos vinhos finos a preços mais favoráveis.

“Atualmente, estamos perante um mercado muito comprador, mas é essencial lembrar que o investimento em vinhos finos é uma estratégia de médio a longo prazo”, sublinha Suthagar McNamara-Rajeswaran.

 

Bordéus e Itália demonstram estabilidade

No meio destas flutuações do mercado, Bordéus e Itália demonstraram um certo grau de estabilidade. Suthagar McNamara-Rajeswaran destaca a resiliência de Bordéus que,”operando sob as suas próprias regras e concebido para um jogo a longo prazo, ainda apresentou retornos positivos de um dígito”. Entretanto, Itália demonstrou um desempenho robusto no primeiro semestre de 2023, reforçando que as propriedades de topo da Toscana e do Piemonte têm uma forte procura no mercado.

Embora o vinho fino seja tradicionalmente visto como um investimento estável, “ao contrário dos mercados financeiros convencionais, os valores do vinho são influenciados por fatores como as condições meteorológicas, a dinâmica da oferta e da procura e as decisões tomadas pelos viticultores”. Há medida que o vinho é consumido ao longo do tempo, a sua oferta diminui naturalmente, resultando normalmente numa trajetória ascendente do seu valor.

 

Índices

Suthagar McNamara-Rajeswaran é o responsável no grupo pela compilação e análise dos relatórios mensais e trimestrais sobre o mercado de vinhos finos, que permitem ter uma visão pragmática das tendências e flutuações do mercado, destacando-se o papel fundamental da Liv-ex, a plataforma oficial de comércio de vinhos finos, e a sua contribuição para o acompanhamento do desempenho do sector através de vários índices.

Estes índices, incluindo o Fine Wine 50 e o Fine Wine 100, oferecem ferramentas eficazes para monitorizar a dinâmica do mercado. Além disso, a capacidade do Grupo OENO de fornecer vinhos aos sectores da hotelaria e da venda a retalho produz dados que informam futuras decisões de investimento. “Todos estes dados servem de base para moldar as nossas futuras estratégias de investimento e, por consequência, dos nossos clientes”.

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