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Aldi Nord perfila-se para crescer significativamente em 2021

Nos anos mais recentes, as vendas do Aldi Nord cresceram cerca de 2%, uma das mais baixas taxas no canal discount, a nível global. O conceito AniKo, lançado em 2016, deveria catalisar um maior crescimento, tendo levado ao investimento considerável na atualização da rede de lojas. Contudo, o ritmo mais lento para adicionar mais e mais variados produtos à gama, a crescente concorrência e a pressão sobre os preços em muitos dos mercados onde o Aldi opera inibiram um maior desenvolvimento das vendas. Porém, este cenário poderá mudar de figura, já em 2021. É assim que pensa Maxime Delacour, Senior Retail Analyst na IGD, para quem os investimentos mais recentes, acelerados pela pandemia de Covid-19, poderão colocar o Aldi Nord novamente numa trajetória de forte crescimento.

 

Entre 2017 e 2019, as vendas do Aldi Nord na Alemanha estagnaram em torno dos 11,8 mil milhões de euros. Neste mesmo período, em termos de grupo, houve um crescimento de 800 milhões de euros para os 22,8 mil milhões de euros, a nível global. Por comparação, as vendas do Aldi Süd e do Lidl cresceram, respetivamente, sete mil milhões e 14,5 mil milhões de euros, segundo a IGD.

O Aldi Nord ressentiu-se, assim, da concorrência de outros operadores de discount, que têm uma melhor perceção em termos de preço baixo e largura de gama, cobrindo mais necessidades. “Estes desafios levaram à necessidade de evoluir a estratégia de sourcing, o que irá ajudar a impulsionar novamente as vendas”, defende Maxime Delacour.

 

AldiFusão com o Aldi Süd

Iniciada em 2019, a fusão das equipas de compras e sourcing do Aldi Nord e do Aldi Süd na Alemanha já está implementada. O objetivo é desenvolver um modelo de sourcing melhor e mais eficiente. “Tem um impacto direto em ambas as marcas, mas serão os produtos de marca própria a sofrer as maiores mudanças”, explica o consultor da IGD.

As duas operações do Aldi decidiram fundir as suas marcas próprias. No entender de Maxime Delacour, embora esta decisão possa confundir os consumidores, a curto prazo, tem a probabilidade de gerar ganhos de eficiência e de rentabilidade, a longo prazo. A nova organização em termos de sourcing permitiu lançar campanhas promocionais comuns, com preços muito agressivos, embora ainda não sejam visíveis os resultados nos preços das gamas permanentes. Recentemente, o Aldi Nord deu mais um passo em frente para melhorar o seu sourcing e ser capaz de manter a rentabilidade, ao mesmo tempo que oferece aos consumidores preços baixos. “O Aldi Nord está a investir em novas capacidades, incluindo a criação de uma equipa de análise dedicada, para melhor monitorizar e controlar os custos das matérias-primas utilizadas pelos seus fornecedores de marca própria”, detalha.

As duas operações do Aldi decidiram fundir as suas marcas próprias. No entender de Maxime Delacour, embora esta decisão possa confundir os consumidores, a curto prazo, tem a probabilidade de gerar ganhos de eficiência e de rentabilidade, a longo prazo. A nova organização em termos de sourcing permitiu lançar campanhas promocionais comuns, com preços muito agressivos, embora ainda não sejam visíveis os resultados nos preços das gamas permanentes.

 

Talento “roubado” à concorrência

A nova estratégia está a ser liderada por vários profissionais recrutados ao concorrente Lidl e está

Foto Shutterstock

focada na redução dos custos, de modo a tornar o Aldi Nord mais competitivo face a outros retalhistas e, de um modo muito especial, ao Lidl. “A nova organização deverá colocar o Aldi Nord numa muito melhor posição para concorrer em termos de preços baixos. Isto é estratégico, uma vez que os shoppers estão a tornar-se mais inteligentes e em busca da melhor proposta de valor”.

Só muito recentemente o Aldi Nord começou a investir em campanhas de marketing, ao contrário do Lidl e do Aldi Süd, que o fazem há vários anos. Os operadores de discount costumavam focar-se na eficiência do seu modelo e nos preços baixos, em detrimento dos investimentos de marketing. Porém, as necessidades dos consumidores estão a evoluir, o que obriga os retalhistas a comunicar sobre o sortido e a qualidade dos produtos. 2020 marca, assim, um ponto de viragem na estratégia de marketing do Aldi Nord, que lançou algumas das suas maiores campanhas de media em vários países, como aconteceu, por exemplo, em Portugal.

2020 marca, assim, um ponto de viragem na estratégia de marketing do Aldi Nord, que lançou algumas das suas maiores campanhas de media em vários países, como aconteceu, por exemplo, em Portugal.

 

Expansão

Sendo a Alemanha um mercado muito competitivo para os operadores de discount, as maiores oportunidades de crescimento do Aldi Nord estão nas suas operações internacionais. Na opinião de Maxime Delacour, os planos de forte e rápida expansão anunciados deverão ajudar a sustentar o crescimento do grupo no médio prazo. “A maior oportunidade virá da aquisição, em França, do Leader Price ao Casino, que deverá estar finalizada em 2021 e duplicar o número de lojas Aldi no país para cerca de 1.500”, reforça.

Em Portugal, onde opera mais de 70 lojas, o Aldi planeia abrir 100 novos pontos de venda até 2025, enquanto na Polónia prevê triplicar a rede até ao final de 2022, ultrapassando a fasquia das 300 lojas. “Estes são dos mais ambiciosos planos de expansão no canal discount na Europa, mas parecem alcançáveis, uma vez que este canal deverá apresentar o maior crescimento em termos de rede física a partir de 2021”, nota o responsável da IGD.

Em Portugal, onde opera mais de 70 lojas, o Aldi planeia abrir 100 novos pontos de venda até 2025, enquanto na Polónia prevê triplicar a rede até ao final de 2022, ultrapassando a fasquia das 300 lojas.

 

É suficiente?

Maxime Delacour faz esta mesma questão, para dar, logo de seguida, a resposta. Com o aumento dos custos nas lojas, relacionados com o conceito AniKo e devido ao investimento necessário para lidar com a pandemia de Covid-19, o foco na eficiência das operações é ainda maior. “A nova organização de sourcing irá apostar na redução dos custos e colocar o Aldi numa posição mais competitiva em termos de preço. Tudo isto será promovido através de fortes campanhas de marketing, que ajudarão a trazer tráfego às lojas. Finalmente, os ambiciosos planos de expansão internacional deverão dar outro grande contributo para o crescimento. Contudo, todos estes investimentos poderão não ser suficientes. Se quer gerar um forte crescimento novamente, o Aldi Nord terá de flexibilizar o seu sortido, incluindo através da introdução de mais marcas, de modo a se alinhar com as necessidades em constante evolução e com as expectativas dos clientes. Também terá de investir em soluções digitais para se manter relevante e, mais importante ainda, evitar ficar para trás, já que muitos outros operadores de discount também estão a investir nesta área”.

 

Este artigo foi publicado na edição n.º 65 da Grande Consumo.

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