2021 será, novamente, um ano atípico e condicionado pela evolução da pandemia, no entender de Patricia Damiel, diretora geral da Nielsen para Portugal e Espanha. “Sempre e quando a situação sanitária estiver controlada na primeira metade de 2021, estimamos um exercício estável, praticamente plano para o conjunto do grande consumo”, apontou durante a jornada dedicada às perspetivas para 2021 organizadas pela Aecoc, a associação espanhola que congrega os interesses do sector.
Num cenário de controlo da pandemia no primeiro semestre, o grande consumo manteria face a um 2020 que Patricia Damiel definiu como “excecional”, onde as taxas de crescimento em Espanha praticamente triplicaram num sector que, como notou, é “tradicionalmente pouco elástico”.
Categorias mais afetadas com maior crescimento em 2021
Concretamente, o mercado espanhol cresceu, entre janeiro e outubro, 6,8%, catalisado, em muito boa parte, pelo consumo no lar. As categorias mais vinculadas aos sectores mais afetados pelas medidas de restrição da pandemia, como a hotelaria e as cadeias especialistas, tiveram um ano particularmente difícil. As bebidas caíram 42% em volume e as cadeias de perfumaria contraíram 23%.
Confirmando-se o cenário de controlo da pandemia na primeira metade de 2021, serão, precisamente, as categorias que, este ano, foram mais afetadas as que terão um crescimento maior. No caso da perfumaria, o aumento das vendas será superior à média do sector, mas sem que seja suficiente para recuperar o que foi perdido em 2020.
Incerteza
Patricia Damiel avançou, ainda, que 2021 será outro ano de incertezas e que, tal como aconteceu em 2020, a logística será fundamental para que as empresas se consigam adaptar a qualquer cenário e manter a capacidade de resposta que toda a cadeia de valor demonstrou durante toda a pandemia. No seu entender, a adaptabilidade e a resiliência serão as duas palavras chave de 2021.