De acordo com o 28.º Inquérito Global aos CEOs da PwC, quase 60% dos líderes empresariais em todo o mundo espera um crescimento da economia global nos próximos 12 meses.
O relatório, que analisou respostas de 4.701 CEOs em 109 países e territórios, mostra que 42% planeia aumentar a sua força de trabalho em pelo menos 5%, um número que mais do que duplica os 17% que planeia reduzi-la.
O crescimento na criação de emprego é particularmente forte em empresas mais pequenas (menos de 100 milhões de dólares), tecnologia (61%), imobiliário (61%), “private equity” (52%) e farmacêutica/ciências da vida (51%).
Riscos
Embora os CEOs estejam otimistas, a volatilidade macroeconómica (29%) e a inflação (27%) continuam a ser os principais riscos identificados para o próximo ano.
No entanto, existem variações regionais. Os conflitos geopolíticos são a principal preocupação no Médio Oriente (41%) e na Europa Central e de Leste (34%), enquanto na Europa Ocidental o risco cibernético (27%) preocupa ligeiramente mais do que a escassez de talento (25%) e a inflação (24%). Em África, a inflação (39%) é o maior receio e na América do Norte e na Ásia-Pacífico os riscos acompanham a média global.
Urgência da reinvenção
42% dos CEOs acredita que as suas empresas não sobreviverão mais de 10 anos sem mudanças profundas. Destes, 42% aponta alterações regulatórias como o principal fator que pode comprometer a viabilidade económica.
Apesar do desafio, 63% dos CEOs tomou pelo menos uma grande decisão para mudar a forma como a sua empresa cria, entrega e capta valor nos últimos cinco anos. As empresas que mais investiram na reinvenção reportaram margens de lucro mais elevadas nos últimos 12 meses.
Nesse sentido, cerca de 38% das empresas começou a competir em novos sectores nos últimos cinco anos, sendo que, para 34% delas, essas novas áreas representaram mais de 20% da receita total.
No entanto, a agilidade das empresas continua limitada. Apenas 7% da receita, nos últimos cinco anos, veio de negócios completamente novos. Metade dos CEOs afirma que só realoca 10% ou menos dos seus recursos financeiros e humanos de um ano para o outro e dois terços dos líderes empresariais movimentam menos de 20% do seu orçamento e força de trabalho entre diferentes projetos e unidades de negócio.
CEOs esperam mais resultados da IA
Ainda de acordo com o inquérito, a inteligência artificial generativa (GenAI) já está a ter impacto. 56% dos CEOs indica ganhos de eficiência na produtividade dos colaboradores e 32% registou um aumento de receitas e 34% melhorias na rentabilidade.
Apesar destes avanços, os resultados estão abaixo das expectativas. Em 2024, 46% dos CEOs esperava que a GenAI aumentasse a rentabilidade, mas, um ano depois, apenas 34% confirmou essa melhoria.
A falta de confiança na IA continua a ser um obstáculo: apenas um terço dos CEOs afirma ter elevada confiança na sua integração nos principais processos empresariais.
Ainda assim, o otimismo cresce e 49% acredita que a GenAI irá melhorar a rentabilidade nos próximos 12 meses. Nos próximos três anos 47% planeia integrá-la nas suas plataformas tecnológicas, 41% pretende usá-la nos processos centrais do negócio e 30% planeia desenvolver novos produtos e serviços baseados em IA.
Não há indícios de uma redução massiva de empregos devido à GenAI. Mais CEOs afirmam que a IA gerou aumento no número de funcionários (17%) do que redução (13%).
Investimentos climáticos
O inquérito mostra também que os investimentos relacionados com o clima estão a produzir resultados positivos para as empresas. 33% dos CEOs afirma que estas iniciativas aumentaram as receitas, enquanto apenas 5% indicou perdas. Quase dois terços dos CEOs dizem que os investimentos climáticos reduziram custos ou não tiveram impacto significativo nos custos operacionais.
No entanto, ainda há desafios. 24% dos CEOs aponta a complexidade regulatória como a principal barreira para realizar estes investimentos. Apenas 18% menciona o baixo retorno financeiro como um entrave e 6% afirma que a resistência interna da administração ou do conselho de administração é um problema.