A Starbucks registou uma queda menor do que o previsto nas vendas comparáveis do primeiro trimestre, indicando os primeiros sinais de que a cadeia de cafés, em dificuldades, está a beneficiar dos esforços do CEO Brian Niccol para recuperar a procura.
“É um ano crítico que temos pela frente e temos muito trabalho a fazer para regressar a marca Starbucks”, disse Niccol.
Niccol, conhecido por revitalizar a cadeia de burritos Chipotle Mexican Grill, tem procurado reorientar a Starbucks para as suas origens de “casa de café” nos EUA, simplificando o menu, reintroduzindo chávenas de cerâmica, opções de reenchimento, áreas de condimentos e reduzindo os tempos de espera nos estabelecimentos para menos de quatro minutos, reporta a Reuters.
Também reduziu as promoções e descontos da empresa, optando por alargar o marketing para além dos membros do programa de fidelização.
Vendas
As vendas homólogas globais da Starbucks caíram 4% no trimestre terminado em 20 de dezembro, o primeiro trimestre completo de Niccol no comando, contra uma expectativa de analistas de queda de 4,6%, segundo dados da LSEG.
“Os investidores procuram sinais precoces de que a transformação está em curso. Os resultados estiveram alinhados com as expectativas“, afirmou Danilo Gargiulo, analista sénior da Bernstein.
A empresa também reorganizou a sua liderança. A Starbucks anunciou que Sara Trilling, presidente para a América do Norte, e Arthur Valdez, diretor de cadeia de abastecimento, deixarão os cargos. O papel de Trilling será dividido: Mike Grams e Meredith Sandland, antigos executivos da Taco Bell, assumirão como diretor executivo de lojas e diretora executiva de desenvolvimento de lojas para a América do Norte, respetivamente. Niccol foi CEO da Taco Bell antes de ingressar na Chipotle.
“Brian está a rodear-se por pessoas em que confia. Estas nomeações são cruciais para garantir a execução das mudanças nas lojas“, disse Danilo Gargiulo.
A Starbucks, que suspendeu as previsões para 2025 no final do ano passado para dar liberdade a Niccol na reestruturação, perdeu terreno para rivais como a Luckin Coffee na China, onde as vendas homólogas caíram pelo quarto trimestre consecutivo.
Baristas nos EUA
Entretanto, aumentaram as tensões com o sindicato que procura organizar os baristas da cadeia nos EUA, já que as negociações contratuais se prolongam além do esperado desde fevereiro de 2023.
Em dezembro, um dos períodos mais movimentados da Starbucks, cerca de 300 lojas entraram em greve nos EUA para exigir um contrato, segundo o sindicato Workers United, que representa os trabalhadores.
O sindicato afirmou ter apresentado mais de 90 queixas por práticas laborais desleais nas últimas semanas e acusa a empresa de ter recuado no “caminho acordado” anunciado em conjunto no ano passado.
Excluindo itens extraordinários, a Starbucks reportou um lucro por ação de 69 cêntimos, superando as estimativas de 67 cêntimos.
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