A Westwing, marca alemã de e-commerce de casa e decoração, entrou recentemente no mercado português. A plataforma online, que faturou 429 milhões de euros em 2023, eleva, assim, para 12 o número de mercados onde está presente, a nível mundial. Rik Strubel, chief marketing officer, explica-nos o que está por detrás desta aposta e o que diferencia a proposta de valor da Westwing.
Grande Consumo – Quais foram os principais fatores que contribuíram para o sucesso da Westwing na Europa e noutros mercados globais?
Rik Strubel – Começámos com a ambição de nos tornarmos uma “shoppable magazine” para “home and living”, numa altura em que o mercado de mobiliário não era muito inspirador. Ao longo dos anos, com um posicionamento de marca diferenciador, sobretudo para os “design lovers”, aliado a um modelo de comércio eletrónico rentável, levou-nos ao sucesso. Conseguimos alcançar uma elevada fidelização de clientes, com 80% das encomendas a vir de pessoas que repetiam as compras no nosso site. A nossa marca própria e exclusiva, a Westwing Collection, foi desenvolvida internamente e a inspiração diária que proporcionamos a mais de 13 milhões de seguidores nas redes sociais também desempenha um papel crucial no crescimento contínuo da Westwing.
GC – Quais são as expectativas da Westwing em termos de crescimento e desempenho no mercado português? E quais foram as principais razões para escolher Portugal?
RS – Não queremos apenas entrar no mercado português, queremos tornar-nos uma parte integrante das casas dos portugueses, através da inspiração. O nosso objetivo é solidificar a nossa posição como o principal destino premium na Europa para o mercado de “home & living”, melhorando continuamente a experiência que a marca proporciona. Portugal apresenta uma oportunidade para a Westwing, com pessoas que apreciam a beleza e o design, com o aumento nos desenvolvimentos imobiliários urbanos e um mercado de casa e decoração em crescimento. Atualmente, apenas 25% das compras de casa e decoração é feito online, mas esperamos que este número atinja os 48% até 2028.
“Portugal apresenta uma oportunidade para a Westwing, com pessoas que apreciam a beleza e o design, com o aumento nos desenvolvimentos imobiliários urbanos e um mercado de casa e decoração em crescimento. Atualmente, apenas 25% das compras de casa e decoração é feito online, mas esperamos que este número atinja os 48% até 2028”
GC – Como é que a Westwing pretende adaptar a sua estratégia de marketing para atender às preferências e necessidades dos consumidores portugueses?
RS – Estamos muito entusiasmados para fazer parte da cultura e do estilo de vida português, nas diferentes estratégias da nossa marca. Desde as nossas campanhas até às colaborações com designers e criadores de conteúdos locais, estamos em avaliação constante do que poderá ser mais apelativo para os clientes locais, de forma a oferecer um portfólio de produtos e soluções que sejam o mais ajustado possível ao gosto português. E, claro, estamos a garantir a nossa presença nos canais e meios relevantes, de forma a chegarmos aos “design lovers” em Portugal. No final do dia, queremos inspirar a nossa audiência de uma forma genuína.
GC – Quais são os principais diferenças da Westwing em relação aos concorrentes, no mercado de casa e decoração em Portugal?
RS – Queremos dar vida ao nosso conceito Live Beautiful através da essência da cultura portuguesa, que se aplica muito bem ao estilo de vida português, porque há beleza numa multiplicidade de aspetos locais. Não queremos oferecer apenas uma gama de produtos, queremos proporcionar experiências de compra que combinam peças exclusivas e de alta qualidade com conteúdo interessante, diariamente.
Penso que o que realmente diferencia a Westwing das restantes é o nosso compromisso na criação de uma marca que seja adorada pelas pessoas e onde cada interação é fluida e personalizada. Este mix de standards de qualidade do produto e inspiração constante são os parâmetros que nos destacam no mercado.
“Penso que o que realmente diferencia a Westwing das restantes é o nosso compromisso na criação de uma marca que seja adorada pelas pessoas e onde cada interação é fluida e personalizada. Este mix de standards de qualidade do produto e inspiração constante são os parâmetros que nos destacam no mercado”
GC – Quais são os maiores desafios durante a entrada da Westwing no mercado português e como estão a ser superados?
RS – Em primeiro lugar, queremos inspirar mais pessoas a comprar mobiliário online. E isso começa com o conhecimento local. Compreender e responder às preferências dos consumidores portugueses é um desafio por si só. Estamos a enfrentar este desafio aproveitando dados do mercado, trabalhando com parceiros locais, recolhendo e agindo continuamente com base no feedback dos clientes para afinar a nossa abordagem. Queremos que, quando as pessoas visitem o nosso site e/ou a nossa app, tenham a melhor experiência e o melhor serviço de apoio, para que se tornem leais, logo desde a primeira compra.
GC – Como é que a Westwing utiliza dados e “insights” do mercado para personalizar a experiência de compra dos consumidores portugueses?
RS – Através de dados de mercado, “insights” dos clientes e parceiros locais. Deste modo, conseguimos personalizar a nossa oferta de produto e afinar as estratégias de marketing, permitindo-nos perceber as preferências dos clientes portugueses e proporcionar uma experiência de compra online personalizada e envolvente.
“Planeamos trabalhar com designers locais, criadores de conteúdo, influenciadores e parceiros para garantir que as nossas ofertas e campanhas sejam culturalmente relevantes e atrativas para os consumidores portugueses. Esta colaboração local é fundamental para a nossa estratégia em Portugal”
GC – A Westwing pretende colaborar com designers, influenciadores e outros parceiros locais em Portugal?
RS – Com certeza. Planeamos trabalhar com designers locais, criadores de conteúdo, influenciadores e parceiros para garantir que as nossas ofertas e campanhas sejam culturalmente relevantes e atrativas para os consumidores portugueses. Esta colaboração local é fundamental para a nossa estratégia em Portugal.
GC – Quais são as principais tendências de design e decoração que a Westwing está a observar e como influenciam a sua oferta de produtos?
RS – Estamos muito orgulhosos que a nossa marca própria, a Westwing Collection, tenha sido muito bem recebida pelos clientes portugueses. Em especial, o nosso icónico sofá Lennon e a belíssima taça Santorini, que já são peças adoradas também em Portugal. Temos uma equipa dedicada às tendências, sempre atenta aos últimos desenvolvimentos de moda, design e interiores, garantindo que oferecemos peças contemporâneas, intemporais e elegantes, que os nossos clientes vão adorar.
GC – Como é que a Westwing garante a exclusividade dos produtos oferecidos na sua plataforma?
RS – Garantimos a exclusividade através da nossa própria Westwing Collection, que apresenta designs únicos desenvolvidos internamente. Além disso, colaboramos com marcas premium de terceiros para oferecer produtos cuidadosamente selecionados, que não são amplamente disponíveis noutros lugares.
GC – Como a Westwing aborda a sustentabilidade e a responsabilidade social nas suas operações e produtos?
RS – A sustentabilidade é uma prioridade para nós, refletida na nossa crescente oferta de produtos sustentáveis e integrada em todas as atividades empresariais. Por exemplo, na nossa plataforma, temos muitos produtos destacados com o rótulo WE CARE, para facilitar a identificação de produtos feitos com materiais certificados como sustentáveis. Mais de 60% dos produtos da nossa Westwing Collection já possui este rótulo e estamos a trabalhar para aumentar ainda mais esse número. Isto reforça o nosso compromisso com a responsabilidade ambiental e social.
“Na nossa plataforma, temos muitos produtos destacados com o rótulo WE CARE, para facilitar a identificação de produtos feitos com materiais certificados como sustentáveis. Mais de 60% dos produtos da nossa Westwing Collection já possui este rótulo e estamos a trabalhar para aumentar ainda mais esse número”
GC – Quais são os feedbacks iniciais dos consumidores portugueses sobre a entrada da Westwing no mercado local?
RS – O feedback inicial tem sido extremamente positivo, com os consumidores a valorizarem as nossas colaborações com influenciadores locais, como Mafalda Patrício, Vicky Montanari, Alice Trewinnard e muitos outros, destacando as nossas a marca e os nossos produtos.
Estamos constantemente a recolher feedback para refinar a nossa abordagem e satisfazer as expectativas dos consumidores portugueses. Por exemplo, recebemos ótimos comentários sobre a forma como selecionamos os nossos produtos. Os nossos clientes adoram que os nossos produtos ganhem vida, não só através de fotos, mas também via conteúdos selecionados, vídeos e newsletters. Esse feedback é muito valioso para a minha função, porque confirma que estamos no caminho certo.
GC – Como é que a Westwing gere a logística e as entregas para garantir uma experiência de compra eficiente e satisfatória para os consumidores em Portugal?
RS – Com base em mais de uma década de experiência em negócios internacionais, temos sistemas de logística e entrega implementados para garantir a entrega atempada e eficiente dos nossos produtos. O nosso foco está em proporcionar uma experiência de compra sem falhas, desde a realização do pedido até à entrega, garantindo a satisfação do cliente.
GC – Como é que a Westwing vê o futuro do e-commerce de casa e decoração e quais são as suas estratégias para se manter na vanguarda desse sector?
RS – De uma forma geral, o futuro do e-commerce de “home and living” será impulsionado pela curadoria especializada, personalização, inovação e sustentabilidade. Para a Westwing, isso inclui a utilização de tecnologias avançadas como IA e CGI, a evolução contínua das nossas ofertas de produtos e a manutenção do nosso compromisso com a sustentabilidade.
GC – Quais são as principais lições aprendidas pela Westwing ao entrar em novos mercados e como essas lições estão a ser aplicadas em Portugal?
RS – Uma lição fundamental é a importância de compreender quais elementos da nossa abordagem e portfólio são apreciados em todo o mundo e onde as nuances e preferências locais dos consumidores têm um grande impacto. Em Portugal, estamos a aplicar esta lição envolvendo especialistas portugueses, realizando uma pesquisa de mercado aprofundada, colaborando com parceiros locais e sendo ágeis na adaptação das nossas estratégias com base no feedback dos clientes.
GC – Quais são os principais objetivos da Westwing para o primeiro ano de operação em Portugal?
RS – Os nossos principais objetivos para o primeiro ano incluem estabelecer uma presença de marca sólida, obter uma compreensão profunda do mercado local e construir relações fortes com os clientes portugueses. Pretendemos inspirar e entusiasmar as casas dos portugueses com os nossos designs únicos e uma visão criativa, para criar o maior número possível de momentos memoráveis em casa.