Um relatório preparado pela Fundação de Apoio ao Investimento Rural na Europa (RISE) alerta que a produção de carne e laticínios deve reduzir-se pela metade até o ano 2050. A razão é que a produção de gado ultrapassou os limites considerados seguros nas emissões de gases de efeito estufa, assim como na perda de biodiversidade e o fluxo de energia e nutrientes nos ecossistemas.
Este relatório é semelhante ao apresentado em 2016 por especialistas da Universidade Tecnológica de Chalmers, na Suécia, que pediu a redução da produção de carne em 50%. Ambos apoiam o pedido feito pela Greenpeace para reduzir pela metade a produção de carne e produtos lácteos até 2050.
Os especialistas que fizeram o relatório alertam que, a menos que os legisladores da comunidade enfrentem o problema do atual sistema pecuário, as consequências dessa inação serão pagas. Por conseguinte, solicitam à Comissão Europeia que lance, e com urgência, uma investigação sobre o assunto, a fim de propor várias medidas eficazes, como, por exemplo, a tributação do consumo de carne e produtos lácteos para desencorajar o mesmo, já que são produtos alimentares que, segundo os investigadores, não são bons para a saúde ou para o meio ambiente.
Estima-se que 26% da terra arável do mundo seja usada para o pastoreio de gado e 33% é usada para cultivar ração animal. A isso deve-se acrescentar que o gado e tudo o que o envolvente está associado ao consumo de 70% dos recursos de água doce. Se a produção de carne e produtos lácteos continuar a aumentar, a disponibilidade de terra cultivada, água e outros recursos serão ainda mais reduzidos e, é claro, o nível de emissões de gases que favorecem o aquecimento global crescerá significativamente, o que não permitirá manter o aquecimento global abaixo de 2º C. Lembre-se que, de acordo com um estudo realizado pela Universidade de Luund, também na Suécia, e da Universidade de British Columbia, no Canadá, a dieta vegetariana é uma das chaves para reduzir as emissões de gases de efeito estufa.
