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Efeitos de contágio da dívida grega deverão ser limitados

Os mercados financeiros não veem um grande risco de contágio da dívida grega a outras economias da zona Euro.

Segundo Daniel Solomon, economista da consultora Euromonitor, existem vários fatores a fundamentar esta opinião. Na semana que antecedeu o referendo grego quanto ao acordo apresentado pela Comissão Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional para o pagamento da dívida, e com o “Não” no horizonte, os efeitos nos mercados financeiros da Zona Euro foram modestos. Os títulos de dívida pública italiana e espanhola a 10 anos aumentaram 0,25% pontos percentuais entre 25 de junho e 2 de julho e 0,2% pontos percentuais na totalidade do mês de junho. As probabilidades de Espanha e Itália serem fortemente contagiadas aumentaram menos de 0,3 pontos percentuais em junho, de acordo com as estimativas do Deutsche Bank.

O economista nota que a exposição direta das instituições financeiras fora da Grécia à dívida grega é pequena. Após os acordos de resgate anteriores, a grande maioria da dívida pública grega é detida por instituições oficiais e não pelo sector privado. Os investidores privados, incluindo os bancos europeus, possuem 38,7 mil milhões de euros de títulos de dívida grega, menos de 14% do valor total.

No final de 2014, a exposição dos bancos da Zona Euro era de menos de 15 mil milhões de euros, valor que deve ser agora mais baixo. Dos restantes 242,8 mil milhões de euros de dívida grega, 194,7 mil milhões são detidos por governos europeus, com as maiores fatias a pertencerem à Alemanha e a França. O restante está nas mãos do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional.

Os governos dos países sul europeus, como Itália e Espanha, fizeram progressos significativos face à situação reportada em 2011, com a implementação de reformas que aumentaram a sua solvência a longo prazo. O ambiente económico europeu também melhorou consideravelmente desde então e, apesar de Itália ainda pouco crescer, Espanha prepara-se para apresentar a maior taxa de crescimento entre as grandes economias da Zona Euro em 2015 e 2016. A Euromonitor não faz qualquer menção a Portugal.

Neste sentido, a consultora acredita que dificilmente a crise na Grécia se possa refletir numa recessão à escala europeia, não obstante considerar uma probabilidade de 9% a 15% de crescimento negativo do Produto Interno Bruto da Zona Euro em 2015.

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