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Covid-19 acelera maturidade do consumidor-cidadão

Foto Shutterstock

Com a pandemia de Covid-19, o consumidor-cidadão amadureceu, assume a sua responsabilidade e prefere produtos sustentáveis e éticos. De acordo com um estudo da responsabilidade da 21gramos e Marcas con Valores, em colaboração com a Associação Espanhola de Diretores de Responsabilidade Social e o B Lab Spain, 84% dos consumidores admira quem consome de um modo consciente, dois pontos acima de 2020.

Não obstante, os dados extraídos evidenciam que as marcas não conseguem conectar-se com essas aspirações e, quando os cidadãos se inteiram das iniciativas sociais e ambientais das marcas, apenas 8% acredita nelas, a maioria necessita de provas e 20% desconfia de um modo direto.

Intitulado “Impacto COVID-19 e Consumo Consciente. Quais as tendências e a evolução do consumo responsável e sustentável?”, o estudo confirma que, para 87% dos inquiridos, é mais importante o que as marcas fazem do que aquilo que dizem. A desconexão entre a narrativa das marcas e os consumidores deve-se “à possível falta de escuta e à ansiedade por comunicar sem ter construído previamente uma relação de confiança mútua consistente”.

 

Aspetos valorizados

Cuidar do meio ambiente é, depois do comportamento ético e da gestão de dados, o aspeto mais valorizado atualmente nas marcas. Mas o consumidor entende que o caminho no sentido da sustentabilidade é desafiante e exige que as marcas reconheçam quando falham.

A Covid-19 mudou as hierarquias de valores e colocou a sustentabilidade num lugar privilegiado. O consumo desenfreado herdado dos anos 80 e 90 atingiu o seu teto máximo e apenas quatro em cada 10 manifesta que comprar é algo que os faz felizes. Em 2020, eram quase seis em cada 10.

Hoje, os cidadãos são conscientes de que o consumismo em excesso causa danos irreparáveis ao planeta, pelo que se está a reforçar a compra refletida. De facto, 85% questiona-se se necessita mesmo de algo antes de o comprar.

Além disso, está a consolidar-se a capacidade de renúncia dos consumidores dispostos a mudar para hábitos mais sustentáveis e saudáveis. Os consumidores estão mais predispostos a assumir uma visão de longo prazo que inclua aspetos sociais e ambientais nas suas decisões de compra e, nesse sentido, 83% está disposto a mudar de loja se esta tiver valores mais alinhados com os seus e 76% não se importa de pagar mais por produtos sustentáveis (em 2020, era 68%).

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Por Carina Rodrigues

Responsável pela redacção da revista e site Grande Consumo.

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