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Comércio mundial resiste melhor do que o esperado ao impacto da guerra

Foto Shutterstock

O comércio mundial resistiu melhor do que o esperado ao impacto da guerra na Ucrânia, anunciou esta quinta-feira, dia 23 de fevereiro, a Organização Mundial do Comércio (OMC), na véspera do primeiro aniversário do início da invasão russa.

“O comércio global continuou a mostrar resiliência e os seus resultados superaram as previsões pessimistas para 2022, à medida que as economias fortemente afetadas pela guerra na Ucrânia encontraram outras fontes de abastecimento“, explica a instituição.

 

Alternativas

De acordo com a OMC, o comércio, em 2022, excedeu em 3% a estimativa feita em abril, menos de dois meses após o início da invasão russa. A OMC tinha projetado que o volume das exportações cresceria entre 2,4% e 3%, sem excluir uma contração de 0,5% nos piores cenários. “Se o pior cenário não se concretizou, é porque os países têm sido moderados nas restrições à exportação, ao contrário do que aconteceu na altura da crise alimentar global de 2007-2009”, disse o economista-chefe da OMC, Ralph Ossa, numa conferência de imprensa.

Os países encontraram alternativas para aliviar a escassez dos produtos mais afetados pela guerra, como o trigo, o milho, os derivados de girassol, os fertilizantes, os combustíveis e o paládio, usados no fabrico de catalisadores de automóveis.

Os preços dos produtos mais impactados também subiram menos do que o esperado, entre 4,4% (paládio) e 24,2% (milho).

 

Ucrânia mais prejudicada

As consequências da guerra sobre as exportações da Rússia e da Ucrânia invertem-se, se forem calculadas em valor, e não em volume, dado que as russas cresceram 15,6%, enquanto as ucranianas afundaram 30%. As exportações ucranianas diminuíram uniformemente para todos os seus parceiros comerciais, embora alguns dos seus vizinhos, como a Polónia e a Hungria, tenham aumentado as suas encomendas de produtos ucranianos.

As exportações ucranianas de cereais, essenciais para a segurança alimentar de muitos países africanos, caíram 14,9%, forçando essas nações a diversificar as suas fontes de abastecimento. A Etiópia, por exemplo, que dependia 45% das importações de trigo da Ucrânia e da Rússia, aumentou suas encomendas aos Estados Unidos e à Argentina.

Já o volume de negócios externo da Rússia aumentou, apesar das sanções ocidentais, devido ao aumento dos preços de muitos dos seus principais produtos de exportação, como os combustíveis, os fertilizantes e os cereais, nota a OMC. Em volume, houve uma queda, devido à menor procura por bens industriais, produtos farmacêuticos e aeronaves, atingidos pelas sanções.

As exportações russas para a China e a Índia aumentaram, enquanto as para o Reino Unido e os Estados Unidos diminuíram consideravelmente.

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