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DIA reduz prejuízos em mais de 50%

O Grupo DIA fechou o ano passado com prejuízos líquidos de 124 milhões de euros, menos 51,9% face a 2021, de acordo com os resultados anuais apresentados esta quinta-feira, dia 23 de fevereiro.

Em Portugal, o grupo teve perdas líquidas de 20 milhões de euros. As receitas, por sua vez, aumentaram 0,5%, para os 596 milhões de euros. “A entrada de novos atores no mercado, assim como o forte investimento e expansão dos concorrentes tem-se traduzido num cenário desafiante para o DIA que, a par com a situação inflacionária vivida no país, colocou pressão sobre as margens e a rentabilidade do negócio”, afirma o grupo espanhol sobre o mercado português, onde somava, no final do ano passado, 463 lojas, dois terços das quais a operar em regime de franchising.

Portugal foi, de facto, o mercado onde o Grupo DIA está presente que menos cresceu, de acordo com os resultados apresentados, o que tem alimentado o debate recente sobre a eventual saída do grupo. Nos últimos dias, foi avançado que a DIA contratou o banco francês Société Générale para assessorar a venda dos supermercados Minipreço.

Durante a conferência de apresentação dos resultados, o grupo reforçou, contudo, que não há nenhuma decisão tomada e que todos os planos anteriormente delineados se mantêm. “Mantemos o nosso plano de negócio centrado na gestão diária da atividade em todos os países onde estamos presentes”.

 

Mais 9,6% de vendas face a 2021

Globalmente, a faturação do Grupo DIA atingiu os 7.286 milhões de euros, o que traduz um aumento de 9,6% face a 2021, num ano que o CEO do grupo, Martín Tolcachir, descreveu como desafiante. “A profunda reorientação do negócio, que iniciámos em 2019, trouxe-nos até hoje, a este ‘Novo Dia’, um momento que nos permite afirmar que estamos no fim do processo de reviravolta da empresa. Com o nosso propósito como guia e comprometidos com a nossa essência, a proximidade, reforçámos a nossa operação com pilares sólidos que colocam o cliente no centro para oferecer uma proposta de valor diferenciadora, reforçar as relações com os nossos franqueados e impulsionar uma transformação digital e tecnológica, que nos torna mais eficientes e gera valor para a nossa operação”.

Num exercício financeiro marcado pela inflação e pelo aumento do custo das matérias-primas, combustível e energia, a empresa confirmou a mudança de tendência no negócio, refletida na melhoria de todas as variáveis operacionais e financeiras e no crescimento consistente, com ganhos na quota de mercado em Espanha e na Argentina.

O resultado líquido foi negativo em 123,8 milhões de euros, comparado com os 257,3 milhões de euros em 2021, valor que representa uma melhoria de 133 milhões de euros em relação a 2021. O EBITDA ajustado atingiu 2,8%, como percentagem das vendas líquidas, uma melhoria de 0,9 pontos percentuais em comparação com o 2021. Em termos absolutos, o EBITDA ajustado foi de 200,4 milhões de euros.

 

Espanha e Argentina entram na fase final de transformação

O grupo fechou 2022 com uma rede de 5.699 lojas em Espanha, Argentina, Brasil e Portugal e uma área total de vendas de mais de 2.146 mil metros quadrados. Do total da rede de lojas, 2.947 são franquias (51%) e contribuem com 36% das vendas líquidas, mais três pontos percentuais do que em 2021 (32,9%).

A direção do negócio em Espanha e Argentina mostra que ambos os países entraram na fase final da sua transformação, operando sob o novo conceito 88% da rede de proximidade em Espanha e 55% na Argentina. Só em Espanha, em 2022, 809 lojas foram remodeladas e 23 lojas foram abertas. Na Argentina, foram efetuadas 255 remodelações e 101 aberturas.

Este processo de transformação implicou um maior esforço de investimento por parte da empresa, elevando o Capex para o exercício financeiro em 9,6% em relação a 2021. A empresa espera completar o processo de remodelação em Espanha e na Argentina durante 2023.

“Os números de final de ano mostram um crescimento consistente que valida o sucesso da nossa proposta de valor. Como prova disso, em Espanha ganhámos quota de mercado em superfície comparável e na Argentina, com um desempenho de lojas renovadas 18% superior ao das lojas não renovadas, também avançámos na nossa liderança na Grande Buenos Aires”, salienta Martín Tolcachir.

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