De acordo com a análise divulgada no seu mais recente “Economic Outlook”, a Crédito y Caución prevê que os dados finais de crescimento do comércio mundial, em 2021, confirmem que as trocas comerciais internacionais voltaram a alcançar os níveis anteriores à pandemia.
Após um crescimento que estará entre os 8% e os 10%, em 2021, a seguradora de crédito antecipa que o crescimento perca força até próximo dos 5% a 6%, em 2022, e dos 3% a 4%, em 2023. “Evidencia o regresso a um patrão de crescimento normal, no qual o crescimento do comércio mundial estará, mais ou menos, a par com o crescimento do PIB, contrapondo-se às oscilações do dobro do PIB observadas em 2020 e 2021”, salienta o relatório.
Evolução desigual
O Economic Outlook destaca a evolução desigual do comércio global de bens e de serviços. O comércio de bens recuperou significativamente graças à forte procura de veículos automóveis, produtos eletrónicos e artigos de exterior. Apesar dos constrangimentos na cadeia de fornecimento, durante a segunda metade do ano, o comércio mundial de bens manteve-se firmemente acima do nível pré-pandemia.
O comércio de serviços, por seu turno, está a recuperar lentamente, sob o peso das restrições ainda vigentes devido à pandemia. Contudo, está cerca de 5% abaixo dos níveis registados em 2019, uma percentagem que se eleva para 47% no caso do segmento do turismo.
A evolução regional reflete este panorama. O crescimento do comércio da China abrandou, devido ao impacto do nível pouco habitual de trocas comerciais registado em 2020. O resto da Ásia emergente apresenta crescimentos acima da média mundial, vinculados ao seu papel de destaque na fabricação de bens.
Nas economias avançadas, o comércio cresceu fortemente nos Estados Unidos, impulsionado pelos enormes pacotes de estímulo. A evolução da Zona Euro está mais em sintonia com a média mundial.
A perda de impulso das trocas comerciais no segundo e terceiro trimestres de 2021 é generalizada e especialmente visível na China, Estados Unidos e América Latina.
Constrangimentos
A Crédito y Caución não espera que os constrangimentos ao comércio mundial se dissipem totalmente, até 2023. Ao longo de 2022, ver-se-ão aliviados pelo progressivo deslocamento da procura para os serviços e pelo descongestionamento dos portos, mas será necessário tempo para ampliar a capacidade no transporte marítimo e nos semicondutores.
O relatório da seguradora de crédito salienta, ainda, que a ameaça de expansão das guerras comerciais dos Estados Unidos com a China e a União Europeia diminuiu.