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Aumento de preços responsável por 95% do crescimento das vendas de FMCG na Europa e nos EUA

Foto Shutterstock

2023 foi um bom ano para o sector de grande consumo, que registou um crescimento de 10% nas vendas, a nível global, de acordo com um relatório publicado pela Bain & Company. Contudo, embora este aumento seja quase o dobro da taxa média de crescimento dos últimos 10 anos, três quartos do mesmo deveu-se a subidas de preços e não ao volume de vendas.

Este fenómeno acentua-se no caso da Europa e dos Estados Unidos da América, onde as subidas de preços representaram 95% do aumento do valor das vendas.

 

Impacto da inflação

82% dos inquiridos pela consultora afirma que a inflação teve um impacto significativo nas suas empresas, durante 2023, sendo esta a sua principal preocupação. Em resposta ao aumento dos preços, muitos consumidores estão a optar por marcas próprias ou marcas emergentes premium, que oferecem maior valor acrescentado, além de procurar promoções ou reduzir as suas compras.

O estudo destaca ainda que o crescimento das maiores empresas do sector limitou-se a 4%. Apesar destas empresas terem aumentado os seus preços em média 20% face ao terceiro trimestre de 2021, tal foi compensado pelo aumento dos custos. Por esta razão, e sem poderem ter um maior controlo sobre os preços, metade destas empresas reduziu significativamente a sua força de trabalho, no ano passado, ou congelou os seus processos de contratação.

“Olhando para o futuro, as empresas de bens de consumo que compreenderem melhor e mais profundamente os seus consumidores, e usarem esse conhecimento para tomar decisões estratégicas, serão as que terão sucesso. Estas decisões devem ir desde a construção da marca até ao desenvolvimento de iniciativas de inovação. Também é fundamental conhecer e priorizar os grupos, canais e mercados de consumidores mais rentáveis. Para as grandes multinacionais, enquanto os mercados emergentes desempenharão um papel crítico e as empresas terão de se adaptar rapidamente à sua evolução, em mercados maduros, o sucesso dependerá de ajudar os canais a atrair consumidores com melhores produtos e estratégias de marketing”, assinala André Carvalho, sócio da Bain & Company que lidera a sua prática de consumo na Península Ibérica.

 

Digitalização e sustentabilidade

Além das tensões entre preço e volume de vendas, a digitalização e a sustentabilidade foram elementos-chave do sector durante 2023. A diferença de resultados entre as empresas de grande consumo que investiram em tecnologia digital a tempo e as que não o fizeram está a aumentar. Nesse sentido, tecnologias como o planeamento preditivo com recurso a inteligência artificial ou a rastreabilidade da cadeia de abastecimento permitem uma ligação mais fluida entre as empresas e os seus clientes, o que reduz os problemas decorrentes da falta de stock.

Relativamente à sustentabilidade, a Bain & Company diz que está a tornar-se cada vez mais importante para os consumidores, que estão dispostos a pagar mais por produtos sustentáveis. No entanto, embora os líderes do sector reconheçam essa importância, apenas 20% deles a considera uma prioridade para 2024.

 

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