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A reinvenção da conveniência

Foto Shutterstock

O impacto de 2020 no espaço de retalho pode ser resumido em duas palavras: adaptação e segurança. A necessidade de distanciamento social representou oportunidades para o formato de conveniência se reinventar, com a tendência emergente das lojas automáticas a ganhar tração, sublinha um relatório da Daymon.

Ao mesmo tempo que proporcionam uma experiência sem contacto, estas lojas, que assentam sobretudo na utilização de smarphones, proporcionam uma experiência de compra segura e rápida, permitindo aos retalhistas expandir as suas operações e os horários de funcionamento.

 

Oferta

Por exemplo, a Spar, na Holanda, está a testar o novo formato Mini Spar na sua sede, em Waalwijk. O conceito é baseado num conceito móvel, localizado num contentor convertido, com self-checkout e apenas um único colaborador para gerir os stocks e os protocolos de entrada na loja.

Apesar destas serem soluções sobretudo urbanas, os conceitos de conveniência também estão a aparecer em meio rural. Na Suécia, a startup Lifvs está a usar as lojas automatizadas para assegurar que as zonas mais remotas têm acesso a bens essenciais.

Para todas estas soluções, o sortido continua a ser essencial e deverá ser otimizado para servir o consumidor final. A Daymon aconselha os retalhistas a capitalizar este movimento e melhorar a sua oferta de marca própria, de modo a aumentar a sua presença e relevância nestes formatos.

 

Shop-in-Shop

A noção de conveniência e segurança também é significativa para os hipermercados, com o conceito de “shop-in-shop” a permitir aos retalhistas incorporarem gamas complementares na sua oferta e beneficiar das parcerias. Para os consumidores, reduz o risco em termos do número de lojas que necessitam visitar.

A Asda, por exemplo, uniu forças aos retalhistas especializados para responder à crescente procura e oferecer uma experiência de compra “one-stop-shop”. Esta estratégia arrancou em 2020, com os acessórios e bijutaria da Claire’s.

 

In-Store @Home

Uma análise ao panorama do retalho em 2020 terá, ainda, de passar, inevitavelmente, pelo e-commerce, potenciado pelas necessidades de distanciamento social. No Reino Unido, por exemplo, 51% dos shoppers considera que é a opção mais conveniente.

Contudo, a oportunidade de digitalização do retalho não acaba aqui. Já em 2016, a Waitrose introduziu o “live streaming”. A campanha deu visibilidade aos agricultores que fornecem a cadeia e demonstrou o seu compromisso com o fornecimento responsável.

O “live streaming” oferece uma experiência “in store” no conforto de casa e, no entender da Daymon, pode ser uma boa plataforma para aumentar a interação e envolvimento com os consumidores, ao mesmo tempo que permite ultrapassar barreiras à compra num ambiente seguro. Este tipo de experiência é amplamente aceite na Ásia, com o Alibaba, mas também está a ganhar tração nas economias ocidentais. Por exemplo, em Portugal, a Worten recorreu recentemente a esta ferramenta.

Com a mudança vem a oportunidade e 2020 mostrou aos retalhistas como podem reagir e rapidamente se adaptar às novas necessidades dos consumidores. O distanciamento social é, certamente, um desafio, uma vez que implica limitar o acesso às lojas, com um potencial impacto nas vendas, apesar da noção de que, hoje em dia, é fundamental assegurar uma experiência de compra segura. Os consumidores valorizam soluções alternativas que tornem a sua ida às compras mais eficiente e segura. Esta é uma oportunidade estratégica para a marca própria se tornar numa solução mais relevante para o shopper, combinando qualidade e preço. O sucesso reside na exploração do desafio, reinventando o modo como se fazem os negócios e identificando as oportunidades para capitalizar os ativos existentes”, conclui a Daymon.

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